Introdução: A atenção pré-natal é um dos pilares do cuidado à gestante, cuja relevância para a redução da morbimortalidade materno infantil já se encontra pactuada. Objetivo: Descrever e analisar uma intervenção educativa interprofissional para a qualificação da atenção pré-natal no contexto da Atenção Primária à Saúde. Metodologia: Pesquisa-ação cuja intervenção teve como foco um curso de qualificação pré-natal. O curso foi sistematizado a partir de atividades semanais, fundamentadas em metodologias ativas, com a participação de profissionais de saúde que atuam em UBS, na região central do Rio Grande do Sul. Participaram do curso 46 profissionais. O curso pré-natal foi em 40 horas/aula e sistematizado por meio de encontros semanais, na modalidade síncrona e assíncrona, no período de agosto a dezembro de 2021. Conduziu-se, após o curso, entrevista pelo Google Meet, com um roteiro de perguntas e após analisadas conforme a técnica de análise temática. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer: 5.183.232. Resultados: Dos dados analisados originaram duas categorias. 1. Qualidade da atenção pré-natal: concepções e significados. A qualidade da atenção pré-natal está associada, na percepção dos participantes, à institucionalização de protocolos e manuais disponibilizados pelo Ministério da Saúde, bem como às evidências científicas atuais, conforme depoimento: O pré-natal é de boa qualidade, segue os protocolos do Ministério da Saúde, atualizações da sociedade de ginecologia e obstetrícia e protocolos pactuados pelo nosso município. (P11). 2. Aprendizagem colaborativa como estratégia para transcender a atenção linear e pontual. Percebeu-se, na fala de participantes, a importância de espaços de qualificação interprofissionais e com abertura às diferentes realidades, no sentido de possibilitar o compartilhamento de experiências, a reflexibilidade coletiva, a conectividade teórico-prática e a percepção do aprendizado ao longo da vida, conforme explicitado: Conseguimos visualizar os acontecimentos da nossa prática diária e criar estratégias para compartilhar experiências com diferentes realidades. (P4). Conclusão: A intervenção educativa interprofissional descortinou, para os profissionais da saúde, a possibilidade de ampliar saberes e práticas, dialogar com diferentes realidades, distinguir potencialidades e fragilidades locais e, sobretudo, perceberem-se interconectado à rede integral de saúde.