Introdução: Sabe-se que a violência sexual contra a mulher (VSCM) já se tornou há tempos uma questão de saúde pública e, no contexto atual, esse fato tem se tornado uma realidade incontestável e um assunto muito discutido entre profissionais da saúde, pesquisadores e interessados pelo assunto. Objetivo: conhecer a forma como enfermeiros da Atenção Primária à Saúde conduzem casos de VSCM. Método: estudo prospectivo e exploratório realizado com enfermeiros inseridos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de um distrito sanitário da cidade de São Paulo. Para seleção da amostra adotou-se a amostragem não probabilística por meio da técnica metodológica Snowball Sampling. Optou-se por utilizar um formulário online contendo 15 questões entre objetivas e dissertativas que versavam sobre as características sociodemográficas e a forma como é conduzido casos de VSCM, que deveriam ser respondidas pelos participantes após assinatura virtual do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Santo Amaro sob o número 59299422.5.0000.081. Resultados: até o momento foram obtidas 12 respostas onde 61,5% dos enfermeiros são da faixa etária de 40 a 49 anos, graduados em instituição privada (84,6%) e tempo de formação entre 13 e 18 anos (46,2%). Na síntese qualitativa, pode-se perceber que a condução dos casos vai ao encontro do que é preconizado pelos protocolos nacionais e estaduais na qual tratam consideram a VSCM como prioridade, com necessidade de notificação compulsória, realização de testes sorológicos e encaminhamento para a equipe multiprofissional com vistas a atender as demandas sociais e psicológicas. Nas UBS Integradas, há a dispensação e oferta da Profilaxia Pós Exposição e nas UBS com Estratégia Saúde da Família as vítimas são encaminhadas ao Serviço de Assistência Especializada em IST/Aids para acompanhamento. Conclusão: Há uma convergência nos depoimentos quanto à condução dos casos de VSCM nas UBS e nesse sentido é preciso que o enfermeiro seja capacitado e amplie seu olhar para identificação dos mesmos com vistas ao atendimento integral e humanizado a estas mulheres.