Mundialmente a pandemia da COVID-19 foi declarada pela OMS como uma emergência de saúde pública, na qual devido sua propagação tiveram que tomar medidas rigorosas para diminuir a disseminação do vírus, a exemplo do isolamento social. Todavia desencadeou uma série de consequências indiretas, propiciando perturbação e alterações na vida das famílias do mundo inteiro. Neste contexto, as crianças tornam-se um público-alvo para todas essas circunstâncias. Tal realidade se justifica no fato de que em geral elas estão fora da rotina escolar, o que implica também em sobrecarga e desafios em conciliar as exigências da casa com as da criança. Este estudo tem o objetivo de relatar de acordo com a literatura vigente a relação entre isolamento social e a perpetuação da suposta educação baseada na palmada. Constitui um estudo descritivo, do tipo revisão de literatura que utilizou como Base de Dados a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e a Scientific Electronic Library Online (SciELO). Dentre os descritores empregados, destaca-se: “Isolamento social”, “Violência Infantil” e “Educação”, que permitiram encontrar 11 artigos. No que diz respeito aos critérios de inclusão, optou-se por artigos completos, publicados nos últimos 3 anos e no idioma português. Os resultados apontam que com o isolamento social as denúncias de violência infantil diminuíram cerca de 55,3%, isso por conta da dificuldade de detectá-las devido a realidade atual. Porém, evidências mostram que medidas punitivas baseadas em palmadas acirraram no período de isolamento social, devido às situações de estresse diárias, como questões financeiras e toda a pressão psicológica que a pandemia do COVID-19 vem trazendo. Neste contexto, o estudo evidenciou que 49% de mães, pais e responsáveis acreditam que palmadas sejam necessárias. Ademais, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que as pesquisas já apontam elevações nos índices de violência infantil, muitas vezes justificadas na necessidade de uma educação mais rígida, para supostamente controlar o comportamento infantil que contraria os pais dentro das incertezas do isolamento. A exposição dessa temática é relevante, pois fornece evidências sobre os efeitos do distanciamento social na ocorrência das notificações de violência em crianças, ressaltando a necessidade de planejamento e ações intersetoriais (saúde, proteção social, justiça e segurança pública) rápidas e específicas, para que a educação não mais seja vista como um meio de violência.