A Visita Domiciliar (VD) no âmbito da Estratégia Saúde da Família é um instrumento utilizado de modo a auxiliar os componentes da equipe de saúde a conhecer as condições de vida das famílias, situação social, epidemiológica agravos e vulnerabilidades das famílias adscrita no seu território. A VD, neste sentido, se caracteriza como uma das principais atividades exercidas pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS), entendida como espaço ideal para a realização de ações educativas, com vistas à promoção de saúde e acesso a informações. Com vista a contribuir com o que foi exposto, o presente estudo teve o objetivo de analisar os atos educativos do Agente Comunitário de Saúde a partir das práticas cuidativas da visita domiciliar. Essa pesquisa é descritiva, de cunho qualitativo, sustentada nos marcos conceituais da análise de discurso de Michel Pêcheux. O estudo foi realizado com 16 ACS vinculados a Atenção Básica do município de Cajazeiras, no estado da Paraíba. Por se tratar da análise de discurso, não houve preocupação com o quantitativo, mas com a profundidade dos discursos. O principal espaço utilizado para promover as ações educativas é a visita domiciliar, como já evidenciado em diversas pesquisa. Esta situação também foi percebida nesta investigação, visto que em discursos parafrásticos que segundo Orlandi (2015) é interpretada como o que é dito e que está assentado na memória, no que se repete mesmo que de maneira diferente, no já dizível, nota-se o retorno constante do ACS a menção da visita domiciliar como o principal dispositivo do seu processo de trabalho. No corpus discursivo desta investigação a VD é frequentemente utilizada pelos ACS como local protagonista de desenvolvimento da educação em saúde, em que os mesmos aproveitam deste espaço para abordar assuntos como doenças, rotinas da equipe de saúde e medidas de prevenção. Evidenciando a necessidade de planejamento emerge nesse momento para atuar como ferramenta que irá ajudar o profissional a organizar seu tempo para distribuir as atividades a serem efetuadas na VD de forma satisfatória, impedindo que esse momento se transforme em trocas de informações mecanicistas que não valoriza o indivíduo e família como núcleo do cuidado.