A sífilis é um problema de saúde pública que infecta pessoas em todo o mundo. No ano de 2020, o Brasil registrou 198.877 novos casos de sífilis e alcançou uma taxa de detecção de 54,5 casos por 100.000 habitantes. Frente à crítica situação epidemiológica que a sífilis apresenta, o Ministério da Saúde encara o combate à esta infecção como uma das ações prioritárias em saúde. Assim, uma das ferramentas que podem ser utilizadas para otimizar as ações de vigilância, combate e controle da sífilis é a distribuição espacial, por permitir visualizar o cenário geográfico e panorâmico de doenças, agravos e infecções do território. Dessa forma, objetivou-se identificar o que a literatura aponta sobre o uso da distribuição espacial como ferramenta estratégica para o rastreamento de sífilis. Trata-se de uma revisão integrativa realizada em janeiro de 2022 em seis etapas nas bases de dados LILACS, IBECS, BDENF, PUBMED/MEDLINE, SciELO e Web of Science mediante pesquisa com os descritores controlados do MeSH/DeCS cruzados com os operadores boleanoos and e or (Syphilis and “Spatial Analysis” and “Mass Screening” or “Secondary Prevention” or “Early Diagnosis”). A busca resultou em 415 artigos, contudo, apenas 14 enquadraram-se nos critérios de elegibilidade pré-estabelecidos. Verificou-se unanimidade sobre a abordagem do uso da distribuição espacial como método de rastreamento da sífilis sendo que 71,4% (N=10) dos estudos atontaram que o uso da ferramenta permite identificar áreas hot spot para direcionamento de ações de promoção de saúde e prevenção da sífilis e 28,6% (N=4) descrevem as ações do tipo medidas de rastreamento, busca ativa, educação em saúde e testagem. Sob este aspecto, a distribuição espacial é um método estratégico eficaz para identificar pontos prioritários de intervenção em saúde e prática de rastreamento de sífilis. Neste sentido, a aplicação da distribuição espacial como ferramenta estratégica para o rastreamento de sífilis otimiza e aprimora o processo de vigilância em saúde da sífilis.