Introdução: Em todo o país, cerca de 20.000 casos envolvendo serpentes ocorrem a cada ano, com maior concentração de casos nas regiões norte, onde Bothrops é a espécie mais importante, afetando principalmente áreas rurais. O estado do Pará é o estado da região norte com maior frequência de Picadas de cobra, 59.759 casos foram registrados entre 2000 e 2013 . Segundo o Ministério da Saúde, em 2018 foram registrados 2.096 casos de acidentes ofídicos entre crianças menores de nove anos. Objetivos: Relatar a experiência vivenciada no atendimento a uma criança que sofreu um acidente ofídico por serpente botrópica. Metodologia: Trata-se de um trabalho descritivo, do tipo relato de experiência, de natureza qualitativa, realizado a partir de discentes do 6° semestre do curso de enfermagem na atividade curricular de Enfermagem Pediátrica em um hospital público universitário na cidade de Belém do Pará, no período de 07 a 21 junho de 2022. Resultados: Paciente pediátrico, pré-escolar, 7 anos, proveniente do município de Tomé-Açu, foi vítima de acidente com serpente da espécie Bothrops (Jararaca), quando brincava em sua residência. O envenenamento foi classificado como acidente grave e indicado 3 ampolas de soro antibotrópico. Os exames laboratoriais evidenciaram anemia, leucocitose, neutrofilia, linfopenia, TGO elevada e hipofosfatemia. Na evolução, apresentou edema no membro superior esquerdo, dedo mínimo esquerdo edemaciado, sinais de infeção no local da picada, dor, necrose tecidual e bolhas. Executado Ecodoppler Arterial em MSE para detecção de trombose. Realizados Desbridamento Cirúrgico e Enxertia de pele em 5º quirodáctilo esquerdo com aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem Peri Operatória. Realizado curativo com técnica estéreo na palma da mão esquerda com ferida de primeira intenção; realização da visita de enfermagem, exame físico e classificação nas escalas BRADEN, DINI e Humpty-Dumpy. Foram utilizadas Enoxaparina e Clindamicina com boa resposta clínica. O paciente recebeu alta hospitalar sem sequelas graves, após 30 dias . Conclusão: O profissional de enfermagem deve estar atento aos sinais vitais, às evoluções clínicas das complicações, intervindo de forma hábil para controle de dor e diminuição do desconforto, explicando todos os procedimentos a serem feitos, principalmente quando se trata da ala pediátrica, pois o binômio mãe-filho são entendidos como dois pacientes.