Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que no mundo há 5,8 milhões de pessoas com tuberculose (TB). No Brasil, em 2020, foram notificados 68,7 mil casos, que equivale ao coeficiente de incidência de 32.4 casos/100 mil habitantes. No estado do Pará, no mesmo ano de 2020, foram registrados 3.735 casos da doença, que correspondem ao coeficiente de incidência de 43,0 casos/100 mil habitantes. De acordo com OMS, o álcool é consumido por grande parte das pessoas na maioria dos países do mundo e é responsável por cerca de três milhões de mortes no mundo. As populações vulneráveis têm maiores chances de evoluir a óbito por conta do consumo de bebidas alcoólicas, somados a fatores como alimentação inadequada, menor acesso a informação e serviços de saúde. Portanto, o presente estudo buscou descrever o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose associados ao alcoolismo. Objetivo: descrever o perfil epidemiológico dos casos de tuberculose associados ao alcoolismo. Metodologia: trata-se de estudo de abordagem quantitativa e descritiva, realizado no âmbito do estado do Pará, no município de Bragança. Como população do estudo foram considerados os casos novos de TB associados ao alcoolismo notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2017 a 2021 e disponíveis no portal do DATASUS. As variáveis foram extraídas do site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, foram organizadas e calculadas porcentagens e taxas de incidências no Microsoft Office Excel® 2013. Resultados: Foram identificados 383 casos novos de TB e taxa de incidência, correspondente de 338,91/100 mil habitantes. Em relação aos casos de TB associados ao alcoolismo foram registrados 71 casos, correspondente a taxa de incidência de 62,61/100 mil habitantes. Desses, a maioria foi registrada no ano de 2021 (27/30,34%), houve predominância de casos na faixa etária de 20 a 39 anos (52/73,24%) seguida de 40 a 59 anos (14/19,72%), sexo masculino (58/81,69%), depois a escolaridade ensino fundamental incompleto (32/45,07%) e escolaridade ignorada (19/26,76%). Conclusão: Os resultados desse estudo poderão subsidiar a implementação de ações em saúde para maior controle da doença, além do enfrentamento do crescente consumo de álcool. Tais medidas poderão fomentar a redução ou eliminação do consumo de bebida alcoólica, com o intuito de evitar o abandono de tratamento, pois oferecerá aos gestores informações sobre a TB e sua relação com o alcoolismo.