Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
ANÁLISE SOCIODEMOGRÁFICA DA SÍFILIS EM GESTANTES DO RIO GRANDE DO NORTE, BRASIL, 2017-2021
Relatoria:
Milena Costa Varela Bezerra
Autores:
- Vera Lúcia Silva de Oliveira
- Aguinaldo José de Araújo
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Inovação das práticas de cuidado
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: A ocorrência da sífilis na gestação tem sido um desafio para a saúde pública, por apresentar frequência elevada e severas repercussões ao ambiente fetal, mesmo com a ampliação de métodos de diagnósticos e com tratamentos altamente eficientes. Conhecer as características sociodemográficas dos casos de sífilis em gestantes pode contribuir com o desenvolvimento de ações estratégicas de controle do agravo. Objetivo: Analisar características sociodemográficas da sífilis em gestantes, no Rio Grande do Norte, de 2017 a 2021. Métodos: Trata-se de estudo transversal, quantitativo e descritivo. A população estudada foi os casos de sífilis em gestantes notificados no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, de 2017 a 2021. A coleta de dados foi realizada em julho de 2022, através do Sistema de Informação de Agravos de Notificações (SINAN-NET). As variáveis analisadas foram: ano, faixa etária, raça e escolaridade. Os dados foram tabulados no Excel e transferidos para o Jamovi 1.6.23, para a obtenção de frequências absolutas e relativas. Esta pesquisa foi realizada com dados secundários, de domínio público, o que dispensou a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos. Resultados: Foram notificados 3.432 casos de sífilis em gestantes. Verificou-se um aumento gradativo considerável nas notificações do período de 2017 a 2020, tendo em 2021 uma queda no número de casos notificados. A maioria das gestantes infectadas com sífilis eram mulheres com idade média entre 20 a 39 anos (n=2.503) (72,93%) e pardas (n=2.091) (60,93%). Observou-se também que parte das gestantes possuíam ensino fundamental incompleto (n=1.031) (30,04%) e que 20,04% (n=688) das notificações estavam com a escolaridade ignorada. Conclusão: O estudo aponta características sociodemográficas que podem configurar-se como fatores de risco para a infecção de sífilis na gestação e prognóstico desfavorável. Para tanto, recomenda-se uma análise de risco para a obtenção de evidências que testem esta hipótese. O declínio de casos em 2021, pode estar associado à subnotificação e atraso no registro de dados do sistema de informação. Ademais, espera-se que esses resultados colaborem no conhecimento dos profissionais de saúde que prestam assistência ao pré-natal e dos gestores no processo de tomada de decisão, de modo que possam melhorar a qualidade do serviço prestado a esta população.