Considerando a relevância da Pós-Graduação stricto sensu para formação profissional e o campo do ensino, é necessário almejar a redução da dicotomia existente nos programas de enfermagem, especificamente entre teoria, prática, formação e realidade do exercício profissional, e os egressos tornem-se contribuintes ativos na solução de problemas da área. O objetivo foi identificar os desafios da educação superior e a necessidade de formação de recursos humanos para docência em enfermagem. Abordagem qualitativa, descritivo-exploratório, com referencial metodológico da Sociopoética, realizado em uma instituição de ensino superior e o grupo-pesquisador professores dos programas de pós-graduação em enfermagem. Foram realizadas duas oficinas para construção de um texto poético respondendo a 3 perguntas no tema gerador: Ensinar enfermagem hoje traz algum desafio para você? O que mudou de quando começou a lecionar? O que tem feito par enfrentar os desafios?. Mediante a investigação transversal e análise filosófica baseada na literatura os dados foram previamente analisados pela pesquisadora e, na sequência, pelo grupo-pesquisador na contra-análise. O projeto foi submetido na Plataforma Brasil com parecer de aprovação 2.589.970. Os desafios apontados foram: a (falta de) compreensão da diversidade de alunos, o fortalecimento do componente emocional para exercer a docência, o enfrentamento do medo e insegurança do início da carreira, o tempo versus responsabilidades e compromissos que impõem na pós-graduação, o relacionamento entre os pares na profissão, os problemas já postos pelo campo da enfermagem e na saúde (que potencializam os problemas na docência), a incipiência de enfermeiros inseridos cada vez mais precoces na docência sem uma experiência sólida na profissão, a tensão vivenciada dentro das instituições pelas métricas a serem alcançadas tanto da parte do aluno quanto do professor com consequências na vida profissional e pessoal, o distanciamento da enfermagem acadêmica para enfermagem assistencial junto com a separação ainda existente entre a universidade e o campo de prática e, imperativamente, a falta de tempo. Ainda que o grupo-pesquisador docente reconheça algumas fragilidades do professorado, também acreditam que pode haver mudanças a partir do olhar para si próprios e para sua docência. É necessário o diálogo sobre o fazer, pois em um coletivo que segue um mesmo objetivo, podem produzir soluções palpáveis para essa docência ser revisitada.