INTRODUÇÃO:A espiritualidade possui diversos conceitos que confluem para a busca da compreensão de questões pessoais e existenciais sobre a vida, significado e relação com o transcendente, e não necessariamente é desencadeada a partir de rituais religiosos. Por ser um conceito abrangente e não estar diretamente relacionada à religião ou religiosidade, a espiritualidade pode ser entendida, ainda, como um subsídio para a compreensão do sentido da vida, redescoberta de si mesmo e otimização do relacionamento com o universo. OBJETIVO: avaliar a conceitualização e vivência da espiritualidade e religiosidade de enfermeiros assistenciais. METODOLOGIA: Estudo descritivo com abordagem quantitativa, realizado no período de abril a maio de 2019 com 124 enfermeiros do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). A coleta de dados se deu por via online na plataforma de formulários “Google Forms”, através de um questionário semiestruturado com dados para caracterização da amostra, além da vivência espiritual e religiosa dos participantes, por meio das escalas: Spirituality Self Rating Scale (SSRS) e Índice de Religiosidade da Universidade Duke (DUREL). A análise estatística dos dados foi realizada com Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). O projeto foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HC-UFPE. RESULTADOS: A amostra foi composta predominantemente por participantes do sexo feminino (91,9%), com idade média de 36,6 anos, que possuíam religião (93,4%), dos quais 54,8% eram praticantes. Quanto à espiritualidade, constatou-se que os enfermeiros possuíam uma espiritualidade alta, com score médio de 25,07. Além disso, 84,7% definiram corretamente o termo “espiritualidade”; referiram ter interesse em abordar o tema fé/espiritualidade “frequentemente”; consideraram que essa abordagem é “Muito pertinente” e já indagaram sobre religião/espiritualidade aos pacientes. No entanto, se consideram “pouco preparados” para essa abordagem. Além disso, se sentiam desencorajados por medo de impor pontos de vista religiosos aos pacientes e referiram falta de treinamento e de tempo. CONCLUSÃO: Os enfermeiros conseguiram definir consistentemente o termo “espiritualidade” e reconheceram que há pertinência em abordá-la, ainda que sem subsídios na formação acadêmica; Os achados também demonstraram que esses profissionais possuem alto índice de religiosidade; e de espiritualidade.