INTRODUÇÃO: O câncer de colo do útero é o segundo câncer mais incidente em mulheres do Nordeste brasileiro, sem contar os tumores de pele não melanoma, acometendo principalmente mulheres entre 45 e 50 anos. No Brasil em 2020, essa doença ocasionou 6627 óbitos, neste mesmo ano, no Nordeste foram 2058 óbitos. Devido à incidência de morbidade e mortalidade, realiza-se o exame citopatológico conhecido popularmente como Papanicolau, com vistas à prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo do útero. No entanto, durante a pandemia causada pelo SARS-CoV-2 os serviços de saúde considerados não emergenciais tiveram sua rotina severamente alterada, impactando diretamente no rastreamento e diagnóstico precoce deste tipo de câncer no Brasil. OBJETIVO: Avaliar o impacto da pandemia da COVID-19 no rastreamento e diagnóstico do câncer de colo do útero no Nordeste do Brasil. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo que compilou variáveis de banco de dados de acesso público (DATASUS) sobre exames citopatológicos de colo do útero realizados entre os anos de 2019 e 2021. RESULTADOS: Durante o ano de 2020 foram realizados 236.727 coletas de material para exame citopatológico no Nordeste, apontando uma diminuição de 69,8% (547.170) em comparação ao ano de 2019, que registrou 783.897 coletas de colpocitologia oncótica. No ano de 2021 foram realizadas 260.167 coletas, um aumento de 9% (23.440) em comparação com o ano de 2020, não sendo suficiente para equiparar-se ao ano anterior à pandemia. CONCLUSÃO: A redução significativa das coletas de exame citopatológico observada no ano de 2020 possui impacto no rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de colo do útero, com o potencial de afetar o prognóstico e tratamento dessas pacientes.