Introdução: A pandemia da Covid- 19 se apresentou como um desafio assistencial e administrativo ao rol dos profissionais de saúde. A diversidade de condições clínicas dos usuários assistidos, assim como a falta de preparo desses profissionais frente a uma doença desconhecida e letal foram alguns dos desafios enfrentados. As ações gerenciais demandavam estratégias que perpassavam desde a aquisição de insumos até dimensionamento de profissionais da equipe multidisciplinar para assistir a demanda crescente dos usuários regulados pela Central de Leitos do Município. Unidades de terapia intensiva eram implantadas, leitos cirúrgicos substituídos por clínicos e equipes assistenciais continuamente treinadas. A pandemia exigiu conhecimento técnico, decisões imediatas e gestão de dados institucionais. Objetivo: Relatar a experiência de enfermeiros que trabalharam com dados epidemiológicos sobre COVID-19. Metodologia: O estudo ocorreu em um hospital universitário de alta complexidade em Fortaleza-CE, no período de abril de 2020 a dezembro de 2021. A coleta de dados foi realizada diariamente pelos enfermeiros da Unidade de Gestão da Qualidade (UGQ), através de busca ativa de casos em unidades assistenciais, fichas de notificação e resultados de exames no sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL). Os dados das fichas de notificações de síndromes respiratórias agudas foram registrados no sistema SIVEP-Gripe. Resultados: Os enfermeiros da UGQ otimizaram o processo por meio da implantação do fluxo de notificação de doenças compulsórias, treinamento da equipe assistencial para o processo de notificação, criação de fichas padronizadas e disponibilizadas via intranet própria da instituição, além disso, houve a implantação eficiente de novos protocolos assistenciais. Em relação a gestão de informação sobre a doença, todos os dados epidemiológicos oficiais foram informados diariamente ao gestor do hospital e à Secretaria Estadual de Saúde do Ceará. Conclusão: A pandemia da COVID- 19 exigiu uma remodelação dos planos assistenciais e administrativos dos serviços de saúde. Foi exigido dos profissionais labilidade em suas condutas. Houve uma reformulação generalizada de protocolos institucionais capazes de atender às demandas de uma situação emergente de saúde, em que o conhecimento experiencial ao longo do tempo foi o maior contribuidor para o estabelecimento de diretrizes seguras e eficientes à assistência.