Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
O DESPERTAR HUMANIZADO NA TERAPIA INTENSIVA: USO DE TECNOLOGIAS LEVES
Relatoria:
Gabriela Schabatoski dos Santos
Autores:
- Douglas Basso Sales
- Tainara Lima Viana
- Tharles Maia de Castro
- Ellen de Moraes Guedes
Modalidade:
Pôster
Área:
Tecnologias e comunicação na formação de enfermagem
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Introdução: A interrupção diária da sedação ou "despertar diário" na unidade de terapia intensiva (UTI) tem como finalidade avaliar a necessidade do sedativo e diminuir o acúmulo sistêmico do fármaco. Esta estratégia é praticada em cerca de 30% das UTI e pode evitar as complicações causadas pela sedação excessiva. Durante o despertar o indivíduo pode acordar agitado, ansioso, com medo e choroso, devido a última memória ser justamente o que acarretou a internação do mesmo. Dessa forma, entra em cena o acolhimento humanizado e escuta qualificada do profissional de saúde. Objetivo: Demostrar a relevância da prática do despertar diário humanizado promovendo o acolhimento humanizado. Metodologia: Relato de experiência do 1° dia de residência multiprofissional em Cuidados Intensivos de uma enfermeira em uma UTI referência em trauma na Amazônia Ocidental. Resultados: No meu 1° dia de atuação em campo prático da residência observo um adolescente choroso internado, com uso de via aérea avançada por meio de tubo orotraqueal, com grande agitação psicomotora advindo do processo de desmame de sedação, no qual apresentava como quadro clínico a Síndrome de Guillain Baré, tendo força, coordenação motora e fala comprometidos. Mediante o exposto foi fundamental a utilização de tecnologias leves como a comunicação acalmando, situando o usuário em tempo, espaço e lugar, atrelado também a utilizou-se papel e caneta para que o usuário se comunicasse com equipe. Em um dos momentos, o usuário escreveu que gostaria de um “abraço”. Somado ao quadro foi possível evidenciar ainda precaução de contato devido um microrganismo multirresistente, o que dificultava o contato físico. Entretanto foi pensado pela residente em fazer um “amigo de internação” para lhe acalmar e fazer companhia mais de perto. Foi confeccionado no formato de boneco, com os materiais que a unidade disponibilizava, como coxins cilíndricos, lençóis, canetas, fita esparadrapo e touca descartável. Conclusão: Após a confecção boneco o mesmo foi muito bem aceito pelo usuário, no qual ficou ao seu lado durante todo o período de internação até sua alta para enfermaria. Com a adoção desta prática foi possível facilitar o processo de desmame de sedação, um despertar mais tranquilo favorecendo uma extubação em tempo hábil. Vale ressalta a importância dessa experiência pois possibilitou observar a importância de uma prática humanizada em terapia intensiva e como a residência pode modificar processos até então engessados.