Entre 2017 e 2021, 180 mil meninas e meninos sofreram violência sexual no Brasil, uma média de 45 mil por ano. Neste cenário, a promoção de espaços dialógicos que pautem sobre esse fenômeno configura-se como um instrumento de mobilização para capacitação e formação de equipes multiprofissionais, no sentido de garantir os direitos à proteção, já estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Objetiva-se relatar a experiência na realização de um simpósio acadêmico e profissional sobre a atenção integral de crianças e adolescentes vítimas de violência e abuso sexual, a partir da ótica de acadêmicos e profissionais. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, acerca de um evento presencial, realizado pelo Movimento social “o Povo e o SUS”, em parceria com organizações públicas e acadêmicas. O referido evento ocorreu no dia 11 de junho de 2022, na Universidade Estadual de Santa Cruz, localizada no município de Ilhéus- Bahia. A programação contou com a participação de três convidados palestrantes e aproximadamente 160 participantes, além da comissão organizadora presente. As discussões foram conduzidas a partir de três mesas redondas com os respectivos temas: 1.“Boas práticas para prevenção e atenção a crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual” 2.Violência sexual infanto-juvenil: família e comunidade, como intervir? 3.“Após o abuso ou exploração sexual, quais as medidas tomadas pelos meios jurisdicionais?”. Na oportunidade, também houve o lançamento do material: “ Violência e abuso sexual de crianças e adolescentes no sul da Bahia: relatos de conselheiras e conselheiros tutelares”, que traz dados referentes ao uso do SIPIA (Sistema de Informação para a Infância e Adolescência) na região sul da Bahia, o qual foi elaborado e apresentado por membros do coletivo. Os temas proporcionaram discussões com ênfase na interdisciplinaridade, oque favoreceu a repercussão do evento e a integração de um público oriundo de diversos setores profissionais e localizações geográficas do extremo sul da Bahia. Com isso, através do evento, pôde-se aproximar a experiência de atuantes da área, da realidade vivenciada tanto pelas comunidades científicas quanto pela sociedade em geral, formando, desta maneira, vínculos e multiplicadores de conhecimentos. Contribuindo ainda, para o processo de formação continuada de profissionais e acadêmicos.