Introdução: De acordo com a política do Sistema Único de Saúde (SUS), é dever e responsabilidade do enfermeiro ofertar uma assistência integral aos usuários de Substancias Psicoativos (SPA) na Estratégia de Saúde da Família (ESF), mesmo que este não seja especializado na área. Objetivo: Compreender a assistência do enfermeiro à usuários de SPA atendidos em ESF. Métodos: Trata-se de estudo descritivo, exploratório e quantitativo, realizado com enfermeiros de ESF em uma cidade do interior de Mato Grosso, Brasil. Foram convidados a participar do estudo 19 enfermeiros. Como critérios de inclusão, enfermeiros com no mínimo 6 meses de atuação em ESF. Sendo excluídos, aqueles que se encontrasse em afastamento por atestado médico, licença maternidade ou de férias no período de coleta dos dados, que ocorreu entre novembro a dezembro de 2022, no próprio serviço de saúde, por meio de um questionário semiestruturado autoaplicável (dados sociodemográficos e aspectos sobre a assistência ao usuário de SPA) elaborado pelos próprios pesquisadores, que foi testado previamente com população semelhante. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva simples. E o estudo foi aprovado pelo CEP da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo sob o parecer n. 4.859.636. Resultados: Participaram do estudo 16 enfermeiros, com prevalência do sexo feminino (94%), faixa etária entre 28 a 55 anos, concursados (69%), com especialização na área de saúde da família (69%) e enfermeiro em ESF a mais de 5 anos (75%). Sobre a conduta de enfermagem, esta consiste em sua maioria no acolhimento (69%) e encaminhamento ao serviço especializado (63%). Apesar de concordarem ser possível acompanhar usuários de álcool e outras drogas no serviço (94%), a minoria (38%) menciona realizar esta pratica. Observa-se que os mesmos referem não se sentirem aptos (63%) e reconhecendo que necessitam de treinamento para tais cuidados (100%). Conclusão: considerando o potencial do enfermeiro de ESF no cuidado a usuários de SPA, os dados acima apontam a necessidade de capacitá-los por meio de educações permanente, visando o desenvolvimento da autonomia destes profissionais.