Introdução: As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) ocasionam um impacto na letalidade hospitalar, elevando a duração de internação e custos, sendo considerada uma problemática de relevância para a saúde pública. Fatores associados à escassez e qualificação de recursos humanos, aliados à estrutura física inadequada em serviços de saúde e ao desconhecimento de medidas de controle de IRAS, contribuem para esse cenário. Objetivo: Descrever os desafios para o controle e prevenção de IRAS no Brasil. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura realizada na base de dados SciELO e LILACS, no período de junho a julho de 2022, utilizando-se os Descritores: Infecção hospitalar, Prevenção e controle de infecção, Saúde Pública. A busca resultou em 112 publicações, tendo como critérios de inclusão (publicações dos últimos 10 anos, idioma português e inglês e completos), foram selecionados 13 artigos. Resultado: No Brasil, a preocupação com as IRAS vem crescendo desde a década de 1990, quando foi publicada uma série de documentos acerca desse assunto. As IRAS causam repercussões econômicas e sociais para uma população, os sistemas de saúde e o país. Nas unidades hospitalares do Brasil, um dos maiores problemas é a resistência antimicrobiana, relacionada ao mau uso de antibióticos e programas de prevenção e controle de infecções, inadequados ou inexistentes. Segundo dados da ANVISA, boa parte dos hospitais não possuem suporte laboratorial microbiológico, estrutura adequada, insumos e materiais necessários e quadro de colaboradores suficientes para prestar uma assistência de qualidade e com conhecimento sobre prevenção de IRAS. Entre os anos de 1997 e 2017 foram realizadas inúmeras publicações de documentos contendo políticas, normas e diretrizes de controle e prevenção de infecções, com o intuito de reduzir os índices de IRAS. Percebe-se que o Brasil tem avançado nos últimos anos em relação aos esforços para o controle desse tipo de infecção, no entanto, ainda há escassez de estudos sobre a avaliação de resultados das ações implantadas. Conclusão: Conclui-se, portanto, que as IRAS geram impacto social e financeiro, entende-se que, somente criar políticas e estabelecer normas, diretrizes e indicadores não são suficientes, se não houver suporte de estrutura e condições para as intervenções nas práticas dos profissionais no seu processo durante a assistência prestada ao paciente em busca de resultados em níveis aceitáveis dessas infecções.