Introdução: a Violência Obstétrica (VO) é considerada como qualquer ato ou intervenção desnecessária direcionada à mulher grávida, parturiente ou puérpera, ou ao seu bebê, praticado sem o seu consentimento, desrespeitando à sua autonomia, integridade física e mental, além de seus sentimentos, desejos e preferências. Tal prática é realizada cotidianamente nos serviços hospitalares, sem respaldo científico, e pelos profissionais da área da saúde. Objetivo: identificar o conhecimento de profissionais de enfermagem sobre as práticas que são consideradas VO. Metodologia: estudo descritivo e analítico com abordagem qualitativa, realizada em uma maternidade de risco habitual de um município do Rio Grande do Norte, com os profissionais de enfermagem que atuam no setor obstétrico. Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte mediante o parecer n° 4.624.940. Os dados foram coletados através de entrevista semiestruturada no período de agosto de 2021 a fevereiro de 2022. Os discursos provenientes das questões norteadoras do instrumento de coleta foram organizados em corpus textual monotemático e processados através do software IRAMUTEQ versão 0.7, e submetidos a análise lexical através da Classificação Hierárquica Descente, resultando em cinco classes de análise. Vale salientar que tal resultado é parte de um Trabalho de Conclusão de Curso. Resultados: identificou-se compreensões que trouxeram aspectos relacionados a VO como sendo física e verbal, o desrespeito à autonomia da parturiente, intervenções desnecessárias, além de reconhecerem as consequências que afetam a vida das vítimas a curto e longo prazo, que denotam uma formação profissional e/ou perspectivas de vidas diferenciadas da equipe de enfermagem. Observou-se também que grande parte dos profissionais reconhecem quais práticas são consideradas violentas, no entanto, não conseguem descrever o conceito de VO mediante o seu amplo significado. Conclusão: Mediante tais resultados faz-se necessário rever as atividades de Educação Permanente no serviço, visto que, permitirá a troca de conhecimentos pelos profissionais no cenário de atuação e causará reflexões para possíveis mudanças nas práticas realizadas, transformando o cenário obstétrico atual, reduzindo assim a violência velada à mulher, seu concepto e família.