No ano de 2020, o mundo se deparou com um inimigo comum: a doença causada pelo vírus SARS-CoV-2, um vírus altamente transmissível e letal, provocando rápido crescimento do número de infectados e mortos, nos mais diferentes países, sendo declarado em março de 2020, pela Organização das Nações Unidas (OMS), estado pandêmico. Atualmente, estima-se 6 milhões de mortos por Covid-19 no mundo, sendo 600 mil no Brasil. Por trás desses números, encontram-se milhares de famílias que sofrem a dor da perda de entes queridos, podendo apresentar repercussões psicológicas, devido ao contexto em que se dá a perda. Nessa perspectiva, adota-se como objetivo deste estudo conhecer os principais aspectos do luto e as estratégias de enfrentamento vivenciadas pelos familiares enlutados após a morte de entes queridos pela covid-19. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada na base de dados LILACS, por meio dos descritores “Luto” AND “Covid-19”, resultando em 25 artigos, sendo incluídos no estudo 9 artigos que respondiam a pergunta de pesquisa “Quais os aspectos do luto e as estratégias de enfrentamento adotadas por familiares das vítimas da covid-19?”. A pandemia modificou o tabu a respeito da morte, e enalteceu reflexões sobre a brevidade da vida. A experiência do luto, vivida por esses familiares foram intensificadas diante das peculiaridades do processo de morte pela Covid-19, tais como: medo, incerteza, solidão, rapidez dos acontecimentos e indignação pelos encaminhamentos do sistema de saúde, seja a impossibilidade de realização de visitas, ou ainda a ausência de ritos funerais, implicando a estes a dificuldade na elaboração da perda. Assim dar-se, a preocupação em desenvolver estratégias para lidar com este desafio, alguns estudos apontam as ações de solidariedade, formulação de estratégias de cuidado de si e de outras pessoas, como, por exemplo, iniciativas de arrecadação de alimentos e recursos financeiros para comunidades carentes. Ressalta-se a necessidade do aprofundamento de estudos relacionados ao cuidado às pessoas enlutadas pela morte de familiares por COVID-19, tendo em vista a tendência de esses efeitos perdurarem pós-pandemia. Torna-se inadiável a necessidade da ampliação da rede de atenção psicossocial para atuarem com estratégias de suporte emocional, não apenas de forma imediata, como também em longo prazo, com o fortalecimento de ações de base sociocomunitária, reconhecendo os diferentes níveis de complexidade das demandas.