Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
O VIVIDO PELA MULHER SURDA SOBRE O ATENDIMENTO PRESTADO NO RASTREAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO
Relatoria:
GUILHERME SACHETO OLIVEIRA
Autores:
- Grace Kelly Silva de Freitas
- Zuleyce Maria Lessa Pacheco
- Nayara Gonçalves Barbosa
- Thaís de Oliveira Gozzo
- Camila Messias Ramos
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Tecnologias e comunicação na formação de enfermagem
Tipo:
Trabalho de conclusão de curso
Resumo:
Introdução: a mulher surda corresponde no Brasil a 10,5 milhões de indivíduos. Dentre as doenças e agravos não transmissíveis que acometem a população feminina, está o câncer de colo de útero que pode ser diagnosticado precocemente através do rastreamento. A deficiência pode produzir uma barreira para a comunicação entre profissionais de saúde e usuárias surdas, gerando como consequências diagnósticos inadequados e baixa adesão aos serviços de saúde. Ao se pensar em promoção da acessibilidade faz-se necessário compreender como as mulheres surdas vivenciam os atendimentos prestados pelos serviços de saúde. Objetivo: compreender o vivido pelas mulheres surdas sobre o atendimento prestado a elas no rastreamento do câncer de colo de útero. Metodologia: trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva de natureza qualitativa apoiado nos momentos de análise fenomenológica sugeridas por Martins e Bicudo. A pesquisa foi desenvolvida na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora e as participantes foram acadêmicas surdas matriculadas nesta unidade acadêmica. Resultados: foram identificadas duas categorias: A ausência de interprete em libras e suas consequências; As dificuldades de comunicação e seus efeitos. Através da análise das falas identificou-se a necessidade de haver profissionais atuando como intérpretes de libras nos serviços públicos de saúde, sua ausência gera angústia, insegurança, insatisfação, distanciamento do serviço deixando para buscá-lo quando o agravo se torna incapacitante. A ineficiência na comunicação e interação profissional-paciente dificulta a adesão ao tratamento, geram nas participantes sentimentos de estranheza, nervosismo, dúvidas, medo e vergonha. Conclusão: o ensino da Libras necessita estar na formação dos profissionais de saúde, ações precisam ser implementadas para a capacitação em Libras daqueles que estão na assistência, há que se ter a presença de intérprete nos serviços como forma de garantir a acessibilidade da pessoa surda ao serviço de saúde. Aos profissionais de saúde cabe assumirem o compromisso em transpor as barreiras de comunicação, favorecendo a empatia, a formação do vínculo com esta usuária, sua adesão às consultas, a promoção de sua autonomia no processo de cuidar de si.