A profissão de enfermagem lida diretamente com o sofrimento do outro, com suas individualidades e cargas emocionais, tendo que estar disposto a lidar com o sofrimento das pessoas. O profissional que atua no ambiente da UTI deve estar preparado para estes sentimentos, junto à equipe multidisciplinar, devido ao constante avanço tecnológico que exige cada vez mais preparo, a rotina que se estabelece nestes ambientes, a falta de materiais, equipamentos e estruturas adequadas, dentre inúmeros fatores. Este estudo teve o objetivo de identificar os riscos da Síndrome de Burnout entre os enfermeiros das Unidades de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Roraima. Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa, transversal, do tipo descritivo. Foi realizada nas unidades que prestam cuidado intensivo aos pacientes de um Hospital Geral de Roraima, sendo elas: Unidades de Terapia Intensiva (UTI) I e II. Os resultados confirmaram a predominância do sexo feminino na enfermagem, com 61,90%, com idade de 31 a 49 anos (71,43%), sem religião (47,62), com sobrepeso (47,62) e titulação de graduação (95,24). Os dados ocupacionais mostram a maioria trabalhando na UTI II, atuando na enfermagem e UTI de 5 a 10 anos, sendo maioria exclusiva do setor, trabalhando até 30 horas semanais à noite. Os enfermeiros participantes da pesquisa foram classificados de maneira geral, com baixo nível de Despersonalização (47,62%) e Exaustão Emocional (52,38%), exceto para Realização Pessoal que apresentou baixo nível (52,38%), revelando acometimento por esta dimensão de Burnout. As principais causas para baixa Realização Pessoal foram: trabalhar na UTI II, alguns estarem a menos que 5 anos e outros a mais de 10 anos na enfermagem, estar a menos que 5 anos trabalhando na UTI, possuir mais que um vínculo e trabalhar a noite. Conclui-se que a principal causa para o risco da Síndrome de Burnout nestes profissionais estão relacionados à satisfação no ambiente de trabalho, com prevalência notável de acometimento por diminuição da Realização Pessoal em todo perfil traçado, influenciando negativamente na vida dos clientes e execução dos serviços, levando os profissionais a desenvolverem sentimentos negativos. Observou-se ainda que poucos são os estudos sobre a Síndrome de Burnout na enfermagem no Brasil, em especial a região Norte, fato que deve ser levado em consideração, pois se trata de uma doença que vem crescendo cada vez mais no âmbito da enfermagem.