Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
Grupo de conversa como estratégia terapêutica no CAPS: Relato de experiência
Relatoria:
Ana Carolina Câmara Silva Guedes
Autores:
- Brenda Tália do Nascimento Pessoa
- Ana Carolina Rodrigues Leon e Farias
Modalidade:
Pôster
Área:
Inovação das práticas de cuidado
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Introdução: Pautada na desinstitucionalização, a lei antimanicomial (Lei no 10.216, de 6 de abril de 2001) preconiza estratégias favoráveis à reinserção do paciente em sofrimento psíquico em seu ciclo familiar e/ou social. Nesse sentido, os Centros de Atenção Psicossocial constituem espaços terapêuticos relevantes neste processo a partir de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, integrando ações assistenciais e atividades preventivas, como os grupos de conversa. Estes visam a interação social entre os usuários e o fortalecimento do vínculo profissional-paciente a partir de trocas dialógicas e compartilhamento de experiências, buscando proporcionar a melhora individual e coletiva desses indivíduos. Objetivos: Fomentar a importância dos grupos de socialização no tratamento psiquiátrico a partir da vivência de uma discente de graduação em enfermagem frente a um grupo de conversa realizado no Centro de Atenção Psicossocial. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência. A vivência em questão ocorreu em julho de 2022, no Centro de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas do tipo III, localizado na cidade de Natal, estado do Rio Grande do Norte. Resultados: Percebeu-se que a oferta da escuta é de suma importância para amenizar as consequências da volição diminuída para questões sociais. Por isso, deve-se considerar que o tratamento não se dá somente pela intervenção técnica e medicamentosa. Para tanto, é necessário observar o sujeito em suas múltiplas dimensões, com seus desejos, anseios, valores e escolhas, visto que a doença não reside em um corpo biológico, mas em um ser que expressa biologicamente suas particularidades psicossociais. Além disso, observou-se que a rede de apoio construída entre os próprios usuários se mostrou eficaz: de acordo com os relatos trazidos por eles, compartilhar vivências e percalços por vezes tão semelhantes, diminui a ansiedade e amplia a percepção acerca do que experienciam. Conclusão: Validou-se a importância do tratamento do indivíduo em sua complexidade biopsicossocial. Dessa forma, é necessário pensar no ato da comunicação como algo que perpassa a palavra e imprime marcas no sujeito, trazendo consequências positivas para o enfrentamento da doença. Por fim, reafirma-se a efetividade do grupo de conversa como recurso de reabilitação social, e sugere-se a prática deste à assistência de enfermagem ao paciente em sofrimento psíquico.