INTRODUÇÃO: O matriciamento é um modelo de produzir saúde em uma construção compartilhada com propostas de intervenção pedagógico-terapêuticas entre duas ou mais equipes, visando transformar os efeitos burocráticos e pouco dinâmicos através de ações horizontais nos diversos níveis assistenciais. Havendo uma equipe de referência representada pelas equipes da Estratégia de Saúde da Família, atuando de maneira interdisciplinar e longitudinal, e uma de apoio matricial constituído pela equipe de saúde mental. OBJETIVO: relatar o processo de intervenção colaborativa no direcionamento de casos avaliados em matriciamento. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, com abordagem qualitativa, realizado por profissionais da equipe de apoio matricial durante a condução do matriciamento em território, no ano de 2022. RESULTADOS: Cada caso acompanhado tem suas demandas previamente avaliadas pela equipe de referência na Unidade Básica de Saúde (UBS) havendo assim intervenções prévias que possibilitem, diante da realidade de cada território, o manejo do usuário. No momento que se observa a necessidade de apoio da saúde mental, o caso é submetido ao matriciamento, um processo que envolve a construção do compartilhamento de saberes. São instrumentos que norteiam esse momento: Projeto Terapêutico singular, interconsulta, consulta conjunta, visita domiciliar, contato telefônico e através de outras tecnologias, genograma e ecomapa. Todas as ações contam com a participação conjunta das duas equipes onde cada profissional envolvido apoia contribuindo com seu conhecimento, ampliando a compreensão e a capacidade de intervenções e melhoria da qualidade de vida do usuário. Em uma coordenação conjunta, a participação de profissionais de saúde mental e da atenção primária, contribui com o aprendizado e a condução de aspectos subjetivos do grupo, diante de possíveis inseguranças. CONCLUSÃO: Entende-se que o estudo atingiu seu objetivo, pois possibilitou a compreensão acerca do processo de realização do apoio matricial em saúde mental, enquanto estratégia para o cuidado dos usuários acompanhados na UBS, acima de tudo no que diz respeito ao seu caráter pedagógico- terapêutico facilitando intervenções em futuros casos semelhantes, o que proporciona maior autonomia às equipes de referência. Também reforça o potencial do trabalho em rede com o auxílio de outros mecanismos de apoio no desenlace de possíveis desafios na condução de casos especificamente relacionados à saúde mental.