Introdução: A violência pode ser definida como qualquer ação que faça o uso da força física ou poder, em ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade que resulte ou possa resultar em sofrimento, morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação. Objetivo: Apresentar o quantitativo de casos de mulheres vítimas de violência doméstica ocorridos no estado do Pará em 2021. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, de natureza quantitativa. Onde foram consultadas edições da mídia impressa paraense no período de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2021, na cidade de Belém/PA. A coleta de dados foi realizada através de um roteiro sistematizado e os dados obtidos estão armazenados em um banco de dados contendo variáveis demográficas e socioeconômicas como idade, estado civil, escolaridade e profissão e as variáveis específicas dos casos de violência como o local de ocorrência, tipo de violência, grau de proximidade entre vítima e agressor e motivação do crime. Resultados: Constataram-se 8 notas sobre violência doméstica nos 362 exemplares consultados. O local de ocorrência com maior frequência foi a própria residência da vítima com 63% dos casos, já a via pública 13% e outros 13% não foram informados. A respeito do grau de proximidade entre vítima e agressor, 63% sucederam-se por cônjuges e 38% por ex-companheiros, motivados 25% por não aceitar o término do relacionamento, 13% ciúmes, 13% pela vítima não ter feito jantar e 50% não tiveram a motivação relatada. O tipo de violência mais prevalente foi a física com 63%, 13% agressão verbal e 25% não foi noticiado o tipo de violência. Em contrapartida, não eram apresentadas outras variáveis, como idade, profissão e grau de escolaridade que são extremamente importantes para se traçar o perfil da vítima e do agressor e assim compreender as circunstâncias relacionadas a cada crime. Deve-se destacar que o ano da pesquisa foi marcado pela pandemia da COVID-19, na qual foi necessário medidas de isolamento e distanciamento social, tal fato, aumentou a subnotificação de casos de violência e deixou a mulher mais vulnerável e presa ao agressor. Conclusão: A violência doméstica é um problema de saúde pública. O enfermeiro por ser linha de frente no cuidado, deve estar apto a prestar um acolhimento eficaz à essa mulher. É importante desenvolver uma escuta sensível, mediante a situação que a levou a buscar atendimento, no intuito de garantir uma primeira abordagem eficaz.