INTRODUÇÃO: a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) associada à covid-19 é uma complicação da infecção pelo SARS-CoV-2 na população de zero a 19 anos, caracterizada por uma resposta inflamatória tardia e exacerbada que, em geral, acontece dias ou semanas após a covid-19. É uma síndrome rara e potencialmente grave. OBJETIVO: descrever e comparar o perfil epidemiológico da SIM-P no Brasil, buscando proporcionar maiores conhecimentos aos profissionais de enfermagem, com a finalidade de melhoria da qualidade do cuidado prestado aos pacientes pediátricos. MÉTODO: trata-se de um estudo descritivo retrospectivo. A população estudada foi composta por crianças (menor de um ano a nove anos) e adolescentes (10 a 19 anos). Os dados foram coletados em boletins semanais do Ministério da Saúde, no período de março de 2020 (data do primeiro caso confirmado) até 11 de junho de 2022. Para o processamento e a análise dos dados utilizou-se o Microsoft Excel, organizando-os em tabelas e analisados por meio da estatística descritiva. A pesquisa não necessitou de aprovação em Comitê de Ética em Pesquisa, pois os dados são de domínio público. RESULTADOS: em 26 Estados do Brasil foram 1.781 casos confirmados para SIM-P associada à covid-19 em crianças e adolescentes de zero a 19 anos. Dos casos confirmados, 117 evoluíram para óbito (letalidade de 6,6%). A incidência acumulada dos casos de SIM-P no Brasil é de 3,0 casos a cada 100 mil habitantes em crianças e adolescentes até 19 anos. O Estado com maior incidência acumulada é o Distrito Federal, com 9,7, seguido por Alagoas, com 8,6. A Região Sudeste é a maior em número de casos confirmados (n=761; 42,7%), seguida da região Nordeste (n=412; 23,1%). Os Estados com maior número de casos confirmados foram: São Paulo (419 casos), Minas Gerais (214 casos), Rio Grande do Sul (136 casos) e Bahia (126 casos), e o maior número de óbitos acumulados foram em São Paulo (33 óbitos), seguida pelo Paraná (11 óbitos). A Região Norte apresenta a maior letalidade (15,63%), seguida da região Nordeste (7,52%). Já os Estados com maiores letalidades foram: Acre (50%), Maranhão (35%) e Paraíba (28,57%). CONCLUSÃO: a partir desse estudo, inferimos que conhecer o perfil epidemiológico da SIM-P, o quadro clínico, a fim de identificar rapidamente os pacientes é fundamental para a qualificação dos cuidados realizados pelos profissionais de enfermagem no cuidado à criança e ao adolescente.