O câncer de colo de útero, causado pelo Papiloma vírus humano (HPV), representa a maioria de casos diagnosticados de neoplasias no estado do Amazonas, em grande parte influenciado pelo déficit de informações e acesso ao atendimento primário, métodos inovadores de educação em saúde com envolvimento transcultural poderiam possibilitar a redução da incidência desta doença no estado. Este trabalho objetiva discutir estratégias para promoção e prevenção ao HPV no interior do Amazonas. Utilizou-se de uma revisão de literatura de caráter descritivo, delimitada a publicações dos últimos oito anos, com cinco produções científicas, obtidos pela utilização de Banco de dissertações e teses de Universidades e Google Acadêmico. Os resultados alcançados demonstram que o fenômeno saúde-doença, engloba conceitos como: contexto social, geográfico, psicológico e cultural do paciente, e deve ser enfrentado também de maneira multifatorial, não apenas com uma postura anátomo-fisiológica, mas acima de tudo de forma humanizada. A compreensão e o emprego do caráter holístico do desempenho profissional, educacional e intervencional para promoção e prevenção ao HPV no interior do amazonas, apresenta-se como característica imprescindível para o suporte educativo e informativo da população ribeirinha, mediante a evidente dificuldade de acesso à serviços de saúde. Tais singularidades desta população são alvos da criação de subterfúgios que facilitem a aplicação de instruções de promoção, tratamento e imunização ao HPV, com ênfase no papel da escuta, empatia e contextualização histórico-social no atendimento, desvencilhando-se da postura autoritária técnico-cientista que mais assemelhasse a humildade demagógica, onde estabelece-se uma relação sujeito-objeto entre o enfermeiro e a doença, colocando os pacientes em posições que o fazem perder sua singularidade e são transformados em números de estatísticas. Conclui-se que a metodologia de conscientização ao HPV, quando aliada a "profissionais de cura" reconhecidos pelos ribeirinhos, como benzedeiras e curandeiros, permite a criação de novas práticas de garantia de saúde e bem-estar, a sintetização de conhecimentos diminuiria o choque entre o conjunto de crenças e aspectos socioculturais que perpetuam entre comunidades ribeirinhas, bem como a adoção pelos enfermeiros ao conhecimento transcultural melhoraria a abordagem educacional, com maior abrangência populacional na prevenção ao HPV e ao câncer de colo de útero.