Introdução: Por se configurar em uma fase em que parte das vezes a monitorização e o cuidado ao binômio mãe e filho deve ser intenso, a gestação de alto risco, costuma potencializar sentimentos de ansiedade, deixando a mulher mais vulnerável, principalmente quando há a necessidade de internação hospitalar. Assim, algumas ações são necessárias para transformar essa experiência, tornando-a mais humanizada. Como exemplo disso, temos a arte gestacional, que consistem em representar, por meio da pintura no ventre materno, o concepto e outros elementos da gestação. Objetivos: Descrever as impressões de gestantes internadas em uma clínica obstétrica acerca da arte gestacional. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência. A atividade descrita foi realizada em março de 2021, durante a pandemia por COVID-19, em uma maternidade terciária do estado do Ceará. Participaram da ação três gestantes no terceiro trimestre gestacional internadas há cerca de 30 dias na instituição e duas residentes em enfermagem obstétrica. A ação teve cinco horas de duração e consistiu na representação do bebê por meio da pintura gestacional, seguida de uma sessão fotográfica. Durante a execução, foi explicado como o bebê estava posicionado no útero, bem como foram captadas as impressões e sentimentos das gestantes. Resultados: As gestantes demonstraram grande interesse em participar da atividade, onde puderam escolher desde as cores até os detalhes de cada pintura. Os principais sentimentos relacionados ao período de internação relatados pelas participantes foram o medo, devido às complicações da gestação e a solidão, devido a ausência de acompanhante e ao longo período em que permaneciam na instituição. Durante e após a atividade, os sentimentos descritos foram de relaxamento, descontração e mudança no contexto da rotina do ambiente hospitalar. As pacientes também relataram a importância da descoberta do posicionamento do bebê no útero, algo antes distante de seu imaginário. Conclusão: Promover ações que alteram o cotidiano de pacientes que perpassam por longos períodos institucionalizadas se configura em uma prática humanizada e de grande importância para a promoção do cuidado em gestações de alto risco.