As práticas profissionais de enfermagem são o motor dos sistemas de saúde no Brasil e no mundo. A nova realidade exigiu de todos os profissionais da saúde um desdobramento atípico para a manutenção das suas práticas. Dessa forma, propôs-se neste artigo amadurecer e incitar reflexões sobre as projeções dessas práticas considerando o problema sanitário causado pela pandemia de COVID-19, considerando a sua dimensão ético-política. O presente estudo configura-se como um ensaio teórico, baseado na perspectiva reflexiva. A análise dos dados foi organizada em quatro eixos reflexivos, denominados de “Práticas profissionais em enfermagem na defesa radical da democracia e da cidadania”, “A dimensão ético-política como ferramenta contra o desmonte do SUS no Brasil e demais sistemas públicos de saúde no mundo”, “A prática profissional enquanto procedimento didático-pedagógico para o reconhecimento e fortalecimento da profissão” e “Intercâmbio político, técnico, científico e cultural entre a enfermagem ocidental e oriental para a expansão de melhores práticas profissionais”. A partir das lutas e movimentos que a pandemia deixou em evidência, participar politicamente de modo direto ou indireto será o diferencial para a profissão vivenciar plenamente o seu metaparadigma que engloba a pessoa, a saúde e o ambiente. A dimensão ético-política nas práticas profissionais nunca mais serão as mesmas desde que a Enfermagem entendeu que participar politicamente está no seu rol de práticas profissionais. As alusões apresentadas e ponderações propostas podem contribuir para a reflexão subjetiva do papel da Enfermagem como entidade de representação social e de defesa frente aos desafios inerentes às suas práticas profissionais.