Introdução: é preciso que na formação do acadêmico de Enfermagem, as experiências vividas e a aprendizagem sejam componentes indissociáveis do(a) futuro(a) enfermeiro(a). Quando no processo formativo o estudante da graduação em Enfermagem é confrontado com experimentações outras, torna-se imprescindível que o momento vivido forme um senso crítico e provoque reflexões. Objetivo: provocar no acadêmico de Enfermagem a reflexão sobre o parto e nascimento, a partir de simulação de intervenções desnecessárias de equipe multiprofissional. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de aula ministrada por meio de metodologia ativa – cenário realístico. A aula foi tema da Unidade III da disciplina Saúde da Mulher e Gênero, da turma de 3º ano do curso de graduação em Enfermagem em uma Universidade Federal em parceria com a Liga Acadêmica de Enfermagem Obstétrica. A coleta de dados ocorreu mediante os relatos pós intervenções (agressão verbal; administração do “sorinho”, que nada mais é que ocitocina sintética; Aplicação de Kristeler; Ambiente de sala de parto frio; ambiente com música imprópria, conversas paralelas da equipe negligenciando a parturiente; entre outros) em roda de conversa. Recorreu-se a análise de conteúdo (AC) na modalidade temática. Resultados: os acadêmicos expressaram sentimento de impotência durante os “próprios partos”, referindo que tais intervenções foram bem incômodas para eles, “imagina para a díade mãe-bebê”. Conseguiram trazer para a realidade de uma mulher parturiente e como parte integrante de uma equipe em sala de parto, as reflexões sobre a prática adotada e como devem proceder futuramente. Conclusão: A experiência permitiu aos acadêmicos a refletirem sobre a importância do processo de parturição sem intervenções desnecessárias, assim como suscitaram uma autoavaliação crítica para o reconhecimento das dificuldades e das ações danosas que envolvem o parto e nascimento. Isso tudo serviu para reforçar a importância, bem como para subsidiar a humanização no parto e aprendizado da assistência adequada às reais necessidades da mulher parturiente. Ressalta-se que a intervenção pedagógica proposta teve como foco a mediação da aprendizagem para o desenvolvimento das habilidades e potencialidades dos educandos na visão da aplicação das práticas baseadas em evidências científicas e os mesmos tiveram a complementação desse aprendizado com aplicação de métodos não farmacológicos para alívio da dor.