Introdução: A população ribeirinha é a que mais sofre com o descaso das políticas públicas de saneamento, sobretudo, em relação à poluição, aos assoreamentos, erosões e enchentes que repercutem na redução das consultas e cuidados de saúde nas Unidades Básicas de Saúde. Assim, a visita domiciliar se torna indispensável, uma vez que o absenteísmo resulta em impactos negativos nos indicadores de saúde. Objetivo: Relatar a experiência de uma enfermeira sobre a dificuldade de acesso e riscos encontrados no percurso da visita domiciliar, no período de enchente no interior do estado do Amazonas. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência referente ao acompanhamento das visitas domiciliares realizada em março de 2021 nas comunidades riberinhas do município de Iranduba-Am. Resultados: Durante a realização das visitas domiciliares no período da maior enchente no Amazonas, observou-se desafios, como pontes improvisadas, uso de canoas, riscos de acidentes com animais peçonhentos, afogamentos, dificuldades de locomoção de crianças, grávidas e idosos, com risco de quedas e fraturas. A situação exigia que a equipe de saúde usasse botas apropriadas, levasse água para consumo próprio já que ao aceitar a oferta de água da família assistida poderia ocasionar em risco biológico. Para amenizar a situação dos pacientes foram informados números telefônicos para facilitar a comunicação, realizado atendimento fluvial com canoas, entregue hipoclorito e realizado educação em saúde nas visitas. Conclusão: A equipe da Estratégia de Saúde da Família consegue por meio da consulta domiciliar durante a visita facilitar o atendimento mas são necessários estratégias que facilitem o deslocamento do profissional no trajeto Unidade de Saúde - domicílio da clientela.