Introdução: A metrópole é um organismo vivo, permeada por desigualdades estruturais e socioculturais acentuadas pela urbanização e pelo déficit na saúde, educação, segurança, emprego e lazer. A ocorrência de conflito armado no Posto de saúde Edmar Fujita em 18 de maio de 2022 atingiu profissionais em diferentes estágios de comprometimento da saúde mental.. A violência instalada torna imprescindível a atuação da enfermagem, cujo exercício profissional tem como objeto o cuidado. Objetivos: Relatar a experiência de uma estratégia de cuidado aos profissionais da saúde por meio da escuta qualificada e das Práticas Integrativas Complementares (PICS) realizada pela Secretaria Municipal da Saúde. Metodologia: A Condução foi estruturada por meio da metodologia de acesso mais seguro para serviços públicos essenciais (MAS), desenvolvido pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), cujo fim é prevenir, reduzir, mitigar e responder às consequências da violência armada. Constituída por quatro eixos principais: 1-Análise do contexto e dos riscos, 2-Tratamento de riscos, 3-Gestão da crise, 4-Gestão do estresse. Este relato está centrado no eixo de Gestão de estresse. Resultados: A escuta qualificada e as PICS foram realizadas pelos(as) enfermeiros(as) por meio de Hipnose Clínica, massoterapia e Constelação Familiar, assim como, escuta qualificada, dinâmica de grupo, meditação guiada e observação participante pelos assessores técnicos da SMS, psicólogo e psiquiatra. Foram discutidas no grupo de suporte, as questões surgidas nos encontros, além de avaliação dialógica dos resultados inferidos. A CICV capacita a equipe que acompanha todos os processos para o AMS, cada situação trás o ineditismo da reação dos envolvidos no contexto apresentado. A equipe ao seguir os processos e articular as parcerias para condução da crise desempenha um papel de suporte, conciliador e resolutivo, apoiado nas bases do AMS. O suporte aos profissionais que estiveram sob estresse é essencial para se fechar o ciclo de condução de crises. Conclusão: As práticas de cuidado fortaleceram vínculos, permitiram a equipe de suporte se apropriar dos efeitos da violência nos envolvidos, direcionando-os ao nível de cuidado que cada um necessita; fomentando a intersetorialidade e o cumprimento da política de Humanização. O acolhimento das dores psíquicas e emocionais dos profissionais que vivenciaram a situação traumática auxiliou no processo de ressignificação da situação.