Introdução: A saúde do homem é um desafio para saúde pública do Brasil, pois, apesar das altas taxas de morbimortalidade na população masculina, observa-se que os homens procuram menos os serviços de saúde. Esse problema é mais alarmante na população pescadora, pois devido a fatores culturais e socioeconômicos esta não consegue realizar os cuidados de saúde adequados ou a procura por serviços de saúde. A atividade da pesca é considerada de grande importância econômica, social e cultural para o Pará, mas expõe os trabalhadores a riscos de adoecimentos e acidentes. Objetivo: Relatar a experiência de enfermeiros a respeito da implantação de um projeto de cuidado em saúde do homem pescador para profissionais da Atenção Primária em Saúde (APS). Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, da vivência de enfermeiros na gestão estadual de saúde, sobre um projeto piloto de saúde do homem pescador para nortear os profissionais de saúde de três municípios do nordeste do Pará a ofertarem maior atenção a esta população que é frequente no interior do Estado, devido as grandes áreas de rios e mar da região. Resultados: Observou-se interesse em implantar o projeto por parte das coordenações municipais de atenção básica, devido a relevância para as cidades que vivem da economia da pesca. Verificou-se em conversa com equipes da APS do interior do Estado, que os homens pescadores pouco frequentam os serviços de saúde, pois passam de semanas a meses fora de casa, em alto mar, e que, durante o labor de pesca, as atividades de autocuidado e de higiene não são realizadas adequadamente. Diante da troca de informações, esclarecimentos de dúvidas com as equipes, foram acordadas estratégias de abordagem dos temas em saúde mais importantes para população masculina pescadora, como ações em portos, articulação de apoio com as associações de pescadores, dentre outras para facilitar o acesso a saúde dos pescadores aos serviços de saúde. Conclusão: As ações voltadas à população pescadora nas redes municipais de saúde apresentam dificuldades, acredita-se que essas dificuldades podem ser superadas por meio de articulações com organizações sociais, culturais e de saúde. A incorporação do projeto nas comunidades pescadoras contribuirá para superação destas dificuldades, bem como, diminuirá a ocorrência de agravos preveníveis e frequentes nos pescadores. Por se tratar de um projeto piloto, caso a execução seja adequada a realidade dos municípios, pretende-se expandi-lo para todo Estado.