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Anais - 24º CBCENF

Resumo

Título:
Mulheres vítimas de assédio sexual nas universidades públicas: reflexões sobre o acolhimento de enfermagem
Relatoria:
Maria Antonia de Mendonça Monteiro
Autores:
  • Alessandra Rosa Carrijo
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Trabalho de conclusão de curso
Resumo:
A violência de gênero é um problema de saúde pública se apresentando de forma física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. O assédio sexual é uma violência sexual com consequências na saúde feminina originando casos em que o atendimento das enfermeiras nas instituições de saúde deve englobar a assistência a vítima integralmente. O estudo teve como objetivos analisar os casos de assédio sexual em universidades públicas de Foz do Iguaçu - PR e tecer reflexões sobre o acolhimento das enfermeiras a essas vítimas. Utilizou-se metodologia quantitativa onde a coleta de dados foi realizada com mulheres matriculadas em universidades públicas de Foz do Iguaçu. Por intermédio de um questionário on-line, após os critérios de inclusão e exclusão aplicados, analisou-se 189 respostas. Após a tabulação e a análise dos resultados, articulou-se o tema com o exercício profissional da enfermeira, refletindo sobre seu acolhimento. Os resultados revelam que 25% das participantes afirmam que foram assediadas na universidade, demonstrando maior prevalência do assédio em situações onde a condição de ser mulher é tida como piada ou ofensa. Singularmente, 70% das mulheres negam terem sido assediadas, porém, quando confrontadas com situações que caracterizam o assédio sexual na universidade, este índice se eleva, expondo o panorama subnotificado de mulheres assediadas e o desconhecimento de quais situações caracterizam esta violência. Estigmatizado, o assédio sexual mantém esse formato expondo que suas vítimas não buscam ajuda, mesmo sentindo medo e constrangimento. Das participantes, 31% delas mantêm esse comportamento sob receio que sua denúncia não tivesse seguimento. Os dados mostram que 73% não sabem se há canais de denúncia para o assédio sexual na universidade, demonstrando falhas no acolhimento e combate pela instituição. Assim, a pesquisa expõe lacunas das universidades públicas de Foz do Iguaçu – PR e revela a presença de assédio sexual perpetuada pelos seus estudantes e docentes. A posição das enfermeiras diante o assédio sexual se pauta em exercer o processo de enfermagem em escuta ativa plena, evitando juízo de valor, buscando entender a angústia causada pela situação, reconhecendo as consequências se mal acolhidas. Assim, são necessárias medidas de educação continuada às equipes de saúde, para que quando expostas á vítima de violência sexual a atendam de maneira adequada.