Introdução: A pandemia da COVID-19 tem gerado medo, incerteza e insegurança para a maioria dos brasileiros, aumentando os prejuízos na saúde mental. Objetivo: rastear os sintomas de depressão maior durante o pico da pandemia em 2020. Método: trata-se de um estudo quantitativo com delineamento transversal, realizado através de um instrumento on-line (Google Forms), com usuários de redes sociais. Para rastreio da depressão, foi aplicado o Patient Health Questionnaire (PHQ-9). As análises foram realizadas através do programa estatístico SPSS versão 20. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da instituição a qual a pesquisadora está vinculada. Resultados: participaram 589 pessoas, de 18 a 59 anos, a maioria do sexo feminino (70,8%). Quanto aos sintomas graves de depressão, a região Centro-oeste do Brasil apresentou a maior prevalência (40,9%). Além disso, quando verificado as questões do PHQ-9, observou-se que diariamente ou quase todos os dias os participantes tiveram: pouco interesse ou prazer em fazer as coisas (26,3%); sentiram-se para baixo, deprimidos ou sem perspectiva (20,2%), relataram dificuldade para pegar no sono ou permanecer dormindo ou dormiu mais do que de costume (29,2%), sentiram-se cansados ou com pouca energia (32,8%), tiveram falta de apetite ou comeram demais (28,2%), sentiram-se mal consigo mesmo ou se acharam um fracasso ou que decepcionaram a família ou a eles próprios (20,0%), dificuldade para concentrarem nas coisas (como ler o jornal ou ver televisão) (25,1%), lentidão para se movimentar ou falar (10,2%), e pensaram em se ferir de alguma maneira ou que seria melhor estarem mortos (2,5%). Conclusão: já é bem estabelecido a relação de desastres com o adoecimento mental da população, principalmente durante uma pandemia com alto índice de mortalidade. A exposição crônica ao estresse, ansiedade e medo, podem ter favorecido o aparecimento de sintomas graves de depressão, afetando toda a qualidade de vida dos indivíduos. Portanto, é necessário que os enfermeiros rastreiem as populações mais vulneráveis ao adoecimento mental, para que seja ofertado um maior suporte e apoio, assim como encaminhamento dos casos mais graves.