Introdução: A acessibilidade aos serviços de saúde possui relação direta com a consolidação dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), correspondendo a uma das dimensões do acesso, qual refere-se à resolutividade dos serviços de modo que a oferta seja suficiente às necessidades da população no momento da procura pelo atendimento. Objetivos: Avaliar a acessibilidade aos serviços de saúde dos pacientes com diagnóstico de COVID-19 no Nordeste brasileiro. Métodos: Trata-se de um estudo analítico, transversal, de abordagem quantitativa, desenvolvido em três estados do Brasil. A amostra contou com 84 pacientes notificados com COVID-19 na plataforma virtual e-SUS-Notifica e SIVEPGRIPE, utilizou-se como critérios de inclusão: ter idade >= 20 anos; ter sido notificado nos estados do Ceará, Maranhão ou Pernambuco e ter diagnóstico de COVID-19 confirmado por teste laboratorial. Estudo aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa. Resultados: As caracteristicas sociodemograficas predominantes foram: sexo feminino (63,1%); com uma média de 36,2 anos de idade; cor parda (63,1%); solteiro (45,2%); e com renda familiar entre 2 a 3 salários mínimos. Na análise da acessibilidade, os serviços de saúde de primeira procura foram os hospitais (29,8%) e as Unidades Básicas de Saúde (28,6%). O transporte próprio (61,9%) foi o meio mais utilizado para deslocamento até as unidades de saúde. As principais dificuldades de acesso foram: conseguir atendimento nos serviços (33,3%) e acesso aos medicamentos (28,6%). Conclusões: conclui-se que a acessibilidade dos pacientes com COVID-19 aos serviços de saúde foi limitado pela grande demanda e pelas incertezas de tratamento da doença, podendo resultar em possíveis sequelas a esse público.