INTRODUÇÃO: Os transtornos mentais comuns (TMC) são resultados de múltiplos determinantes e caracterizam-se como um dos principais responsáveis pelo aumento da morbimortalidade em nível global. No meio acadêmico, o surgimento desses transtornos pode ser percebido logo que o estudante ingressa na universidade, sendo mais frequentes em estudantes da área da saúde, uma vez que estes têm que aprender a lidar diariamente com o sofrimento e com a dor. OBJETIVO: Descrever a prevalência de transtornos mentais comuns em estudantes de enfermagem. METODOLOGIA: Pesquisa descritivo-exploratória com abordagem quantitativa, realizada no período de novembro/2019 a março/2020, com 126 estudantes de graduação em Enfermagem de uma Instituição Federal de Ensino Superior. Para a coleta de dados foram utilizados o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) e um questionário que investigou informações sobre o perfil sociodemográfico e acadêmico. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisas com seres humanos sob número do parecer 3.714.494. RESULTADOS: A média de idade foi de 22 anos e houve predomínio de mulheres (87,8%), solteiros (95,2%), estudantes sem filhos (96,4%), que residiam com a família (80,3%), com renda mensal de um a dois salários-mínimos (34,7%), que não possuíam doenças crônicas (91,3%) e não consumiam bebidas alcoólicas (76,2%). A prevalência global de TMC foi de 70,6%. Entre as dimensões dos TMC, os sintomas mais relatados foram sentir-se nervoso, tenso ou preocupado (86,5%), cansar-se com facilidade (75,4%), sentir-se cansado o tempo todo (73,8%) e dormir mal (64,3%). Além disso, 14 estudantes (11,1%) informaram possuir ideias suicidas. CONCLUSÃO: O rastreamento e monitoramento da ocorrência de transtornos mentais comuns fornecem dados importantes quanto à magnitude do fenômeno no ambiente acadêmico. Recomenda-se a estruturação de estratégias de apoio voltadas à saúde mental dos estudantes a fim de proporcionar uma formação com melhor qualidade de vida e saúde geral para essa população.