Introdução: A vancomicina é o antibiótico mais antigo da classe dos glicopeptídeos em uso clínico há quase 60 anos. Atua inibindo a síntese de peptidoglicano da parede celular bacteriana, tendo atividade contra a maioria das bactérias gram-positivas. A vancomicina é a primeira escolha para o tratamento de infecções causadas por Staphylococcus aureus resistente à meticilina, Staphylococcus epidermidis resistente à meticilina e outras bactérias gram-positivas resistentes aos ?-lactâmicos, frequentes em infecções graves, e para tratamento empírico ou confirmado de muitas infecções nosocomiais que acometem pacientes críticos. Objetivo: Avaliar o uso da vancomicina em pacientes críticos de um hospital de alta complexidade. Metodologia: Estudo retrospectivo realizado em um hospital de alta complexidade no período de outubro/2019 a dezembro/2020. A coleta de dados foi realizada através dos prontuários, das prescrições médicas e das solicitações de antimicrobianos encaminhadas para CCIH. As variáveis analisadas foram:h sexo, idade, tempo de permanência, tempo de uso e hipótese diagnóstica/indicação de uso da vancomicina. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas, CAAE nº 46849421.1.0000.5020. Resultado e Discussão: Do total de 58 pacientes que fizeram uso da vancomicina, cerca de 53% foram do sexo masculino e 47% do sexo feminino. A média de idade foi 52,3 ± 19,07 anos, variando de 16 a 89 anos. O tempo médio de permanência na unidade hospitalar foi 38,19 ± 35,51 dias, sendo 2 dias o tempo mínimo e 127 dias o máximo. O tempo médio de uso da vancomicina foi 5,19 ± 5,02 dias. As principais indicações/hipóteses diagnósticas foram por infecções em pacientes com neoplasia (22%) e por Covid-19 (14%). A vancomicina foi mais prescrita para tratamento de infecções bacterianas em pacientes críticos com neoplasias devido ao fato de terem sistema imunológico fragilizado e serem submetidos a múltiplos procedimentos invasivos, tornando-os mais susceptíveis a infecções. Conclusão: Os pacientes em estado crítico apresentam alterações fisiopatológicas que interferem na farmacocinética de diversos fármacos, representando um desafio para obter níveis plasmáticos seguros e eficazes para antimicrobianos. A vancomicina é utilizada rotineiramente para a maioria das infecções graves em UTI. Seu uso empírico é preocupante devido ao risco de nefrotoxicidade associado a altas concentrações plasmáticas e aumento da resistência bacteriana.