INTRODUÇÃO: O Consultório na Rua (CR) foi criado pelo Ministério da Saúde para atender a pessoas em situação de rua. Inicialmente atrelada à política nacional de saúde mental, passou a ser central na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), ampliando o atendimento para além da problemática de álcool e outras drogas. No Consultório na Rua há uma equipe de saúde responsável pelas demandas de atenção à saúde consideradas básicas, a partir de uma assistência qualificada e humanizada. OBJETIVOS: Relatar a vivência de estudantes de enfermagem numa visita ao consultório na rua, a partir de uma atividade do projeto sobre vivências e estágios na realidade do Sistema Único de Saúde (VER-SUS Potiguar). METODOLOGIA: Relato de estudantes de enfermagem, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN, Campus Caicó, no VER-SUS Potiguar realizado em Mossoró-RN. A finalidade da atividade no VER-SUS era conhecer as diversas realidades do SUS, envolvendo o aspecto em saúde a partir da realidade social e cultural de cada um. A visita ocorreu no mês de junho de 2022 e contou com a participação de estudantes e profissionais da saúde. RESULTADOS: A visita seguiu em etapas, começando por conhecer a equipe de saúde do CR, com apoio de profissionais da residência multiprofissional em atenção primária, dentre eles, odontologia, psicologia, medicina, assistência social, fisioterapia, nutrição e enfermagem. Observou-se como se desenvolve o trabalho dos profissionais, na qual realizam rodas de conversa sobre educação em saúde, facilitando o conhecimento acerca dos direitos no âmbito do SUS. Em seguida, ouviu-se um usuário que relatou sofrer com a marginalização da sociedade. Em meio à pandemia da COVID-19 este serviço recebeu impactos por não ter onde alocar os moradores de rua, para isso criou-se um abrigo emergencial. Desafios relacionados à dificuldade de atendimento dos usuários foram percebidos, dado a constante mudança de locais urbanos, e por isso dificuldades de tratamento para doenças infectocontagiosas como tuberculose, sexualmente transmissíveis, além de violência urbana. CONCLUSÃO: Enquanto viventes a visita contribuiu para ampliar o olhar singular sobre cada indivíduo e enxergar a necessidade de uma esculta qualificada, sem julgamentos. Além disso, destaca-se a riqueza da política pública de saúde a partir do SUS, e a perspectiva de uma formação em saúde ampla que acolhe e visualiza os invisíveis sociais.