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Anais - 24º CBCENF

Resumo

Título:
PREVALÊNCIA NO DIAGNÓSTICO DE AIDS EM ADOLESCENTES BRASILEIROS: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
Relatoria:
Mariana Milfont Rangel Lima
Autores:
  • Patrícia Neyva da Costa Pinheiro
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Tecnologias e comunicação na formação de enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
A adolescência, segundo a Organização Mundial de Saúde, é um período que se estende dos 10 aos 19 anos em que há grandes mudanças físicas, psicológicas e comportamentais na vida do indivíduo. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma Doença Sexualmente Transmissível (DST) advinda, principalmente, de relações sexuais sem o uso de preservativo. Nesse contexto, a descoberta da sexualidade, bem como a falta de informação, predispõem os adolescentes a expressar seu desejo sexual sem a devida proteção. Logo, objetiva-se descrever a situação epidemiológica de prevalência do diagnóstico pela AIDS em adolescentes brasileiros de 2015 a 2021. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, retrospectivo de série temporal, baseado em dados secundários coletados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Incluiu-se todos os casos de diagnóstico de AIDS em adolescentes brasileiros de 10 a 19 anos de idade, entre 2015 e 2021. Os dados foram extraídos, transportados para o Microsoft Excel 2019 e analisados estatisticamente. Foram identificados 5.893 diagnósticos de AIDS, sendo a faixa etária de 19 anos a mais afetada (2.435/41,32%) e 13 anos, a menos (67/1,13%). Observa-se um aumento gradual nas idades acima de 15 anos, totalizando 92,95% dos casos. Quanto à Categ Exp Hierar, identificou-se prevalência em notificações ignoradas (125.529/52,57%), seguidos de heterossexuais (68.935/28,87%), homossexuais (31.792/13,31%), bissexuais (7.503/3,14%), usuários de drogas injetáveis (2.868/1,20%), transmissão vertical (2.077/0,86%), hemofílico (34/0,05%), transfusão (21/0,008%) e acidente de material biológico (5/0,002%). Em relação à escolaridade, os mais afetados possuem ensino médio completo (27.411/27,12%) e os menos, analfabetos (2.642/2,61%). Conclui-se que, considerando a latência média de 7 a 10 anos após infecção, a idade de 19 anos ser a mais afetada corrobora com o contato com vírus durante a adolescência. Ademais, o fato de a maior prevalência incidir sob as notificações ignoradas demonstra o ainda estigma e medo que os indivíduos acometidos pela infecção possuem de notificar e comunicar o diagnóstico, além de que vai de encontro com a preconceituosa sentença de que ‘’AIDS é doença de homossexual’’, uma vez que o segundo grupo mais prevalente é de heterossexuais. A infecção possui maior prevalência nos indivíduos com ensino médio completo, que supõe-se que possuem mais informações sobre educação sexual do que analfabetos.