Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
A ENFERMAGEM NO CAOS DA MAIOR TRAGÉDIA SANITÁRIA E HUMANITÁRIA DA COVID-19 NO AMAZONAS
Relatoria:
JOSIAS MOTA BINDA
Autores:
- Tâmille Vieira Machado
- Grace Kelly Penafort Pacheco
- Maria de Nazaré de Souza Ribeiro
- Gianne Zupelari dos Santos Melo
- Edinilza Ribeiro dos Santos
Modalidade:
Pôster
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Introdução: A tragédia ocorrida em Manaus, em janeiro de 2021, é mais um capítulo sombrio da história da pandemia de Covid 19 no Brasil e a maior tragédia sanitária e humanitária do Estado do Amazonas. As cenas de desespero das equipes de saúde e de parentes ao redor dos centros de atendimento se multiplicaram. Neste ambiente de crise, profissionais de enfermagem tornaram-se heróis exauridos por longas jornadas de trabalho, por tanto sofrimento vivenciado junto aos pacientes e seus familiares no enfrentamento trágico da morte. Objetivo: Relatar os sentimentos de enfermeiros durante a crise de oxigênio na pandemia de Covid 19, na cidade de Manaus, Amazonas. Método: Estudo exploratório descritivo, do tipo relato de experiência. Os relatos foram embasados nas experiências dos autores e nos fatos noticiados pelos meios de comunicações digitais. Resultados: No cenário da “segunda onda” da pandemia de Covid 19, na cidade de Manaus, destacada com a falta de oxigênio e várias mortes por asfixia, em meio a dúvidas e incertezas com novas variantes da doença e, diante de exposição a situações de estresse e risco biológicos, a enfermagem vivenciou o caso da saúde pública no estado do Amazonas. O sentimento de impotência emergiram de enfermeiros(as) durante o caos: “Faltam monitores, oxímetros, ventiladores; as unidades estão superlotadas para além da sua capacidade, pacientes amontoados, com desconforto respiratório e muitos não terão chance de ir para o ventilador mecânico porque não há”; “Não houve tempo para entender o que estávamos sentindo. Não aguentava mais colocar as pessoas em sacos. As equipes precisavam parar para respirar diante do sentimento de impotência”; “Pessoas estão enterrando pai e mãe ao mesmo tempo. Ainda assim, tenho muita esperança e sinto que os enfermeiros também têm, apesar de estarem apavorados”; “Estamos cansados e precisamos de material. Em uma ala com 37 pacientes é impossível uma equipe de nove pessoas atender a todos”. Muitas situações se fizeram presente no caos, inclusive levando os enfermeiros a dilemas como o racionamento de oxigênio. Conclusão: Assim como os pacientes com Covid 19 são passíveis de sequelas, pode-se dizer que muitas sequelas também ficarão nos profissionais de enfermagem, por vezes físicas, outras psicológicas. O trabalho em linha de frente da enfermagem no caos da crise de oxigênio, foi essencial para evitar mortalidade em massa, e que, apesar de todo árduo trabalho, há muita motivação para seguir em frente.