LogoCofen
Anais - 24º CBCENF

Resumo

Título:
A INVISIBILIDADE DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER PRETA: FEMINISMO NEGRO COMO AÇÃO PARA O ENFRENTAMENTO
Relatoria:
Tamiles Souza Oliveira
Autores:
  • Elane Lima de Miranda
  • Maria Vitória Oliveira Couto
  • Bruna Cabral Barreto de Souza
  • Juliana Costa Machado
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Trabalho de conclusão de curso
Resumo:
Introdução: A mulher preta encontra-se em um lugar de vulnerabilidade, invisibilidade e ilegitimidade em relação à violência. Objetivo: identificar a abordagem da literatura sobre a invisibilidade da violência contra a mulher preta. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa; desenvolvida a partir da indagação:qual a abordagem da literatura científica sobre a violência contra a mulher negra? A busca ocorreu em Julho/2022, no portal de periódicos ScientificElectronic Library Online e nas bases de dados Literatura Latino-Americana E Caribe em Ciências da Saúde e Medical LiteratureAnalysisandRetrivel System Online, utilizando os Descritores em Ciências da Saúde: Violência contra a mulher; Racismo; Feminismo, associados pelo Operador Booleano AND. Foram definidos os seguintes critérios de inclusão: artigos completos, que respondessem à questão norteadora, ter sido publicado entre 2012 a 2022. Após a primeira busca, obteve-se 17 artigos, submetidos à leitura flutuante. Seguindo da exclusão de 11 estudos, restando 6 artigos submetidos a leitura na íntegra, culminando na inclusão de 4 artigos aptos para compor a amostra. Resultado: A violência perpetrada contra mulheres negras foi e ainda é considerada “perdoável”. O processo de coisificação do corpo negro e a ideia de resistência alimentam as situações de violência contra esse grupo. Há vários relatos sobre violência sexual realizadas por seus cônjuges, que além da relação sexual forçada, ainda proferiam insultos de cunho racista sobre suas aparências. Parte desse contexto da violência sexual, tem origem na hipersexualização do corpo negro, a qual é associada a realização sexual, ao ideal da “figura mítica da mulata”, expressão que não diz respeito a beleza, mas sim a coisificação do corpo e da ideologia racista de servidão. A exploração econômica por parte de seus parceiros é outra situação que culmina em eventos de violência; quando a mulher se recusa a entregar seus bens ao agressor, ele para autoafirmar a masculinidade, alimentado pela ideologia racista de dominação da mulher preta, usa da violência parra apropriar-se dos ganhos dela. Conclusão: Nesse sentido, entende-se que a não legitimação da violência contra a mulher preta, contribui para a continuidade dessa violência. Sendo assim, o feminismo negro que passou a engajar nas discussões de gênero a luta antirracista, atua no enfrentamento dessa situação, abordando a realidade da mulher preta e dando visibilidade a esse corpo esquecido pela história.