INTRODUÇÃO: Lesão por pressão (LP) é um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato. Pode apresentar-se em pele íntegra ou como úlcera aberta e pode ser dolorosa. O Brasil lançou, em abril de 2013, a Política Nacional de Segurança do Paciente, onde seis eixos são considerados na prevenção de danos. Um deles se refere à prevenção de LP. Esse tipo de lesão tem sua ocorrência não só em adultos, mas também em recém-nascidos. Com o intuito de reduzir sua ocorrência na Unidade Neonatal de uma instituição pública do estado do Ceará, referência no atendimento a essa clientela, foi implantado um projeto de melhoria voltado para a prevenção de LP, com o apoio de uma instituição vinculada ao Ministério da Saúde. OBJETIVO: Relatar a experiência do desenvolvimento de um Projeto de Melhoria para a redução de lesão por pressão em recém-nascidos e descrever os indicadores resultantes das medidas implantadas no projeto. METODOLOGIA: Relato de experiência de um Projeto de Melhoria para redução da prevalência da LP em neonatos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de uma maternidade federal, situada na cidade de Fortaleza, referência em assistência neonatal no estado do Ceará. A coleta dos dados foi realizada no período de maio de 2021 a maio de 2022. RESULTADOS: A análise dos dados evidenciou uma redução em mais de 50% da prevalência de LP, de forma sustentada, chegando a não ser notificado nenhum caso por 5 meses consecutivos. Houve um incremento na avaliação de risco, com aplicação de uma escala preditiva para o desenvolvimento de LP, inicialmente na admissão dos bebês na unidade. Percentual de 20% passou a ser de 67% de recém-nascidos avaliados. Outro ponto a ser destacado é o aumento da adesão das medidas preventivas, que no início do projeto era de 58% e após um ano chegou a 88%. CONCLUSÃO: Durante o projeto foram identificadas oportunidades de melhorias na assistência aos recém-nascidos. Conseguiu-se implantar a avaliação de risco utilizando a escala preditiva Braden Q neonatal, houve uma estruturação da evolução de enfermagem e reformulação do balanço hídrico. Com isso, conclui-se que é preciso fazer mudanças bem estruturadas e respaldadas por ferramentas de melhoria contínua (ciclos de PDSA “Plan-Do-Study-Act”) para melhorar a adesão da equipe e assistência de pacientes.