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Anais - 24º CBCENF

Resumo

Título:
RELATO DE UMA ESTUDANTE DE ENFERMAGEM EM UM GRUPO DOS OUVIDORES DE VOZES
Relatoria:
Lilia Marcela do Canto Pulvirenti
Autores:
  • Uiasser Thomas Franzmann
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Tecnologias e comunicação na formação de enfermagem
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Introdução: O Movimento Internacional dos Ouvidores de Vozes (MIOV) surgiu na década de 1980, sendo um de seus objetivos contestar saberes e práticas biomédicas tradicionais em relação à experiência de ouvir vozes, ao valorizar o ponto de vista dos sujeitos. Também proporciona troca de conhecimentos, ajuda mútua e oportunidade de ouvintes, familiares e estudiosos organizarem-se em defesa de direitos, por se tratar de um grupo muitas vezes estigmatizado. Objetivo: Relatar a vivência da participação de uma acadêmica de Enfermagem em um grupo virtual de Ouvidores, e o que isto acrescentou ao seu aprendizado. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência, sob a perspectiva de uma discente da graduação de Enfermagem, que participou de um grupo virtual de Ouvidores de Vozes desde setembro de 2021 até julho de 2022. Resultados: Foi possível experienciar de uma forma mais pessoal as complexidades que envolvem esses grupos. Para alguns as vozes são motivo de perturbação, outros sentiram que elas os ajudaram a encontrar um significado na existência. Para outros, são apenas um detalhe que não faz muita diferença. Muitos dos problemas percebidos não estão relacionados às vozes, e sim a outros fatores determinantes e condicionantes de saúde como questões financeiras ou falta de rede de apoio. Para cada sujeito é uma experiência singular e nem sempre as vozes são motivo de sofrimento ou prejuízo pessoal. Foram observadas o compartilhamento de estratégias para enfrentamento de dificuldades, e também vivências dos participantes, ajudando a discente a entender a interpretação de alguns ouvidores e ter uma ideia do que ainda ocorre em alguns serviços de saúde. Como estudante, foi possível ouvir sobre situações de descaso em determinados lugares, até mesmo alguns funcionando de forma manicomial. A tecnologia permitiu que mesmo à distância, com pessoas de outros estados, essas trocas fossem estabelecidas. Conclusão: Participar do grupo auxiliou no entendimento mais abrangente de questões relacionadas à saúde mental dos sujeitos que passam por essa experiência. Foi possível conhecer situações a partir da perspectiva dos ouvidores, sendo útil ao desenvolvimento de senso crítico e à compreensão da importância de estimular o protagonismo dos usuários, ao descreverem suas próprias percepções.