Introdução: O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) define acidente de trabalho (AT) como aquele ocorrido no ambiente de trabalho, durante seu exercício ou no percurso entre a residência e o trabalho, que provoca lesão corporal ou perturbação funcional, podendo causar a perda ou redução temporária ou permanente da capacidade para o trabalho e morte. A notificação de AT é um meio para promover e proteger a saúde do trabalhador, e no estado do Paraná é o segundo agravo mais notificado. Objetivos: Caracterizar os pacientes vítimas de AT atendidos por um hospital de ensino no interior do Paraná no período de 2020 a 2021. Métodos: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, retrospectiva, descritiva. Os dados foram obtidos por meio do Sinan Net, totalizando 480 notificações de AT, que foram analisadas por meio da divisão em classes e ranqueamento por meio da frequência relativa. Este estudo faz parte de um projeto de pesquisa mais amplo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa que Envolve Seres Humanos com parecer número 2.751.985 e CAAE 90600318.3.0000.0107. Resultados: A idade dos pacientes variou de 16 a 74 anos, sendo que a maioria tinha idade entre 20 e 29 anos (32,08%), do sexo masculino (80,63%), brancos (74,17%), com ensino médio completo (35,83%) e com carteira assinada (44,79%). Os acidentes acontecerem majoritariamente em via pública (56,88%), sendo classificados como típico (60,63%), e as principais partes do corpo atingidas foram mão (17,71%) e membros superiores (17,08%) e inferiores (26,46%), com necessidade de tratamento hospitalar (97,08%) e evolução para incapacidade temporária (89,17%), com registro de três óbitos (0,63%). Em 33,13% dos casos a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) foi preenchida pelo contratante, contudo, em 28,13% das notificações não se aplicava seu preenchimento e em 14,17% o dado foi ignorado. Conclusão: As informações obtidas convergem com estudos realizados a nível estadual e nacional, entretanto, a subnotificação se apresentou como um limitador, destacando a necessidade de constante capacitação dos profissionais de saúde. Apesar da subnotificação, os AT expressam números alarmantes e requerem ações, estratégias e políticas para gerar mudanças nesse cenário e assegurar a saúde do trabalhador. Essas mudanças são possíveis a partir do conhecimento do perfil epidemiológico das vítimas deste agravo.