A vacinação é considerada um dos métodos que mais previne mortes no mundo atualmente, além de apresentar uma ótima relação custo-benefício. Campanhas de imunização no Brasil possibilitaram que diversas doenças imunopreveníveis pudessem ser controladas, ou até erradicadas, como no caso da varíola (WHO, 1980). A vacinação contra COVID-19 nos municípios do interior do estado do Amazonas, se deu início em janeiro de 2021, assim como marcou um ano do início da campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Tendo em vista o caráter diferenciado da realização da referida Campanha de Vacinação contra COVID-19, pelo contexto da pandemia, este trabalho tem como objetivo relatar a experiência de profissionais de enfermagem na campanha de vacinação contra COVID-19 em populações indígenas do Amazonas e refletir sobre os aspectos relacionados às aprendizagens que decorreram desse processo de integração entre o Distrito Sanitário Especial Indígena Médio Rio Solimões e Afluentes e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de Tefé/AM. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, de um estudante do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem em Contexto Amazônico, que participou da primeira fase da Campanha de Vacinação contra COVID-19. Durante o decorrer da experiência, foram realizadas ações rotineiras de educação continuada no serviço, como foco no aprender/praticar: como compartilhar técnicas de armazenamento e controle da temperatura da caixa térmica, aspiração e manutenção da temperatura dos imunobiológicos; administração no local adequado; observação da atitude profissional quanto ao paciente; ergonomia; exercício da comunicação entre os profissionais para com a comunidade; descarte correto dos materiais perfurocortantes; e registro dos dados. Levando em consideração o processo de ensino aprendizagem proporcionado, a partir desta atividade, o suporte oferecido ocorreu em cascata, o que nos permitiu ampliar ainda mais o olhar e ressignificar as atividades e ações desempenhadas rotineiramente e uma simples campanha em um ambiente para o aperfeiçoamento supervisionado das habilidades psicomotoras, cognitivas e relacionais. Portanto, integrar a comunidade nos permitiu identificar a necessidade de corresponsabilização da pessoa, família e comunidade, assim como dos profissionais ao mesmo tempo, uma vez que a prática transcende a aprendizagem, e assim possibilita a aquisição de habilidades relacionais, afetivas e técnicas para os profissionais.