Introdução: O presente trabalho refere-se a um caso clínico, de três pacientes acometidos por ferida falcêmica ocasionada por complicação da doença falciforme, os quais foram tratados com papaína em pó nas concentrações de 2% à 15%, A Doença Falciforme (DF) é um conjunto de patologias hematológicas crônicas, hereditárias. Pode acometer diversos órgãos e sistemas do corpo, tendo como sinais e sintomas anemia crônica, quadros graves de infecção, crises de dor aguda, osteonecrose, retardo do crescimento e da maturação sexual, podendo levar a diversas complicações, sendo uma delas, as úlceras de pernas, conhecidas também como úlceras falcêmicas. Localizadas em membros inferiores, geralmente no terço inferior da perna em maléolos medial e/ou lateral, tíbia e dorso do pé, resultantes da vaso oclusão, surgem espontaneamente ou derivadas de pequenos traumas com cicatrização lenta, alto índice de recorrência e com intenso exsudato. Com o avanço da tecnologia na área da saúde, novas terapias tópicas têm sido incorporadas na prevenção e tratamento de feridas. Entre estas, a papaína se destaca por seu custo e benefício científico: mistura complexa de enzimas proteolíticas e peroxidases, proveniente do látex do fruto do mamoeiro (Carica papaya), que atua como redutor de biofilme, desbridante enzimático, bactericida, bacteriostático e anti-inflamatório. Objetivo: avaliar a efetividade da aplicação da papaína em pó associada com ureia 10% no processo de cicatrização de feridas falcêmicas. Metodologia: Estudo clínico realizado com avaliação e evolução dos pacientes do sexo masculino com úlceras falcêmicas, por estomaterapeutas, em clínicas médicas e ambulatório de Estomaterapia de um hospital universitário, localizado no município do Rio de Janeiro, entre os meses de Outubro e Dezembro do ano de 2019. A pesquisa atendeu aos princípios éticos em pesquisa sob o parecer de Nº: 3.292.609/2019 e CAAE nº 10523919.3.0000.5259. Resultados: Evidenciou que o processo cicatricial ocorreu de forma plena. A papaína em pó 2 a 15% associada a ureia 10%, utilizada durante toda a evolução das feridas se mostrou efetiva resultando a epitelização das mesmas. Conclusão: Conclui-se que papaína em pó foi efetiva na cicatrização das úlceras falcêmicas, podendo ser aplicada com segurança em diversas fases e tipos de tecidos, sem registro de eventos adversos, até epitelização completa.