Introdução: A violência sexual se configura como um problema de saúde pública devido ao impacto na saúde, mental, social e sexual das vítimas. Apesar da existência de dados alarmantes, a subnotificação de casos e invisibilidade das vítimas é frequente. Essa realidade se repete em populações que possuem dificuldades de acesso aos serviços de saúde, como no caso, das populações ribeirinhas, definidas como populações que residem às margens dos rios, com particularidades sociais e culturais. Objetivo: Relatar as experiências de discentes de enfermagem na implementação de uma educação em saúde sobre violência sexual em uma comunidade ribeirinha. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, realizado por acadêmicos de enfermagem, membros de uma liga acadêmica. O público participante foi constituído majoritariamente por mulheres ribeirinhas em diversas faixas etárias. A experiência ocorreu no mês de maio de 2022. A ação fundamentou-se na prevenção, a partir do reconhecimento de atos de violência sexual e na denúncia desses casos às autoridades. Assim, ocorreu em duas etapas: primeiro iniciando com perguntas norteadoras sobre o assunto e a partir das respostas eram feitas complementações pelos organizadores com o objetivo de enriquecer as falas; a segunda etapa se deu a partir da implementação de uma tecnologia dura, constituída por cartões com afirmativas e no verso do cartão possuía a palavra “verdade” ou “falso” dependendo do que era colocado. Após essas etapas foi disponibilizado folders com as informações abordadas na ação. Resultados: A metodologia utilizada na temática mostrou-se eficaz, devido a interação produtiva estabelecida entre os participantes e os organizadores, uma vez que houve troca de experiências e conhecimentos. Nesse contexto, foi possível observar que as pessoas associavam a violência sexual com atos graves, como estupro. Sabe-se que esse tipo de violência possui diversas formas de se manifestar, em que muitas vezes não é perceptível à vítima, ademais, foi relatado algumas formas de prevenção como ensinar a criança a tomar banho sozinha, a não deixar as pessoas tocarem em certas partes do corpo dela e entre outros pontos. Conclusão: Assim, a utilização de metodologias e tecnologias que propiciam a interação foi fundamental para o processo de aprendizado, na medida em que houve esclarecimento de conceitos, orientações de prevenção e condutas frente a suspeita desses casos.