O câncer de colo uterino é o terceiro tipo com maior índice na população feminina, principalmente as que não realizam o exame do mesmo anualmente no Brasil e outros países. O estudo avalia o conhecimento e motivos interferentes a não adesão do exame Papanicolau na Atenção Primária no Município de Anori-Am. Abordagem quantitativa foi composta por amostra de 379 mulheres entre 25 a 64 anos que faltaram ao exame agendado (2019) nas UBS do município, aplicando questionário semiestruturado de 13 questões. O resultado aponta que a idade média foi de 39,5 anos, de 25 a 64 anos, residentes 33,5% na zona rural e 66,5% zona urbana, 83,1% casa própria, e moradia feita de madeira (55,4%), alvenaria (19,0%) e mista (12,4%). Participam do programa bolsa família 22,7% e 49,3% têm renda de até um salário-mínimo. Observa-se que 25,3% das mulheres nunca realizaram o exame de Papanicolau e apenas 16,9% acertaram a regularidade com que se deve fazer o exame. A maioria respondeu que deve fazer uma vez por ano (66,0%). Uma porcentagem baixa (24,0%) das mulheres acertou a questão sobre quando se deve realizar a primeira coleta do exame preventivo. A maioria respondeu que a primeira coleta deve ser feita entre 25 e 64 anos (68,1%). Em relação à importância do exame, a porcentagem de acertos foi de 82,6%; para prevenir o câncer de colo de útero. A falta de interesse é mais frequente (31,1%), seguido por vergonha (24,3%), medo (13,7%) e morar na zona rural (12,4%). O meio de informação é pelo ACS e enfermeiro (59,1%), seguido por campanha em mídia (12,1%), mutirões (11,1%) e impressos (10,0%). O menor numero de adesão ao exame Papanicolau entre as mulheres mais velhas (acima de 37 anos) em relação as mais novas (OR=1,73; IC95%: 1,02-2,94), as que não têm conhecimento sobre a regularidade fazer o exame (OR=6,09; IC95%: 1,77-20,98) e as que não conhecem as recomendações prévias do exame (OR=10,45; IC95%: 5,47-19,96), p<0,05. Mulheres com até 37 anos, 20,4% nunca fizeram o exame, já entre as com idade acima de 37 anos essa porcentagem é de 33,1% (p<0,05). Que conhecem a regularidade que se deve fazer o exame apenas 4,7% nunca fizeram. As que não conhecem essa informação, 29,5% nunca fizeram (p<0,05). Mulheres que conhecem as recomendações prévias do exame, 16,9% nunca fizeram o exame. As que não conhecem, 71,2% nunca fizeram o exame (p<0,05). Conclui-se que possuem bom conhecimento com relação ao exame e os motivos da não adesão estão relacionados a vergonha e falta de interesse.