INTRODUÇÃO: A devastação provocada pela pandemia da COVID-19 se estendeu a diversos setores da sociedade, sobretudo aos sistemas de saúde. No Brasil, a quantidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis para atender a demanda dos pacientes com COVID-19, em estado grave, chegou a ser inexpressiva diante da alta prevalência dos casos. À vista disso, é imperioso investigar a vivência dos profissionais de Enfermagem que atuaram nessa conjuntura, ao prestarem uma assistência direta aos pacientes com COVID-19, em UTI. OBJETIVOS: Investigar o conhecimento dos enfermeiros que atuaram em UTI, sobre a nova demanda de procedimentos intensivos ao paciente COVID-19. MÉTODO: Este trabalho é um recorte de um estudo qualitativo, de iniciação científica – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – produzido com todos os enfermeiros que prestaram assistência aos pacientes com COVID-19 em estado crítico, na UTI de um hospital universitário da capital paraibana. Os dados empíricos foram coletados entre janeiro à abril de 2022, a partir de uma entrevista semi-estruturada guiado por um instrumento produzido pelas pesquisadoras e com o auxílio de um diário de campo. A análise dos dados foi realizada por meio da Análise de Conteúdo de Bardin. RESULTADOS: Durante a análise dos dados da pesquisa, ao investigar os relatos sobre o conhecimento dos enfermeiros acerca da nova demanda de procedimentos intensivos aos pacientes com COVID-19, identificou-se achados que destacam a quantidade elevada de atividades burocráticas. Ademais, pontua-se que essa sobrecarga burocrática foi gerada pelo acúmulo de funções que deveriam ter sido realizadas por profissionais de outras áreas, mas que se recusaram a prestar seus serviços na UTI, durante o período pandêmico. Em seus depoimentos, os enfermeiros descrevem a burocracia como uma atividade que dificulta a realização de uma assistência direta e de qualidade aos pacientes. CONCLUSÃO: O estudo contribuiu para identificar que as atividades burocráticas fazem parte da rotina de trabalho dos enfermeiros intensivistas, ao assistirem pacientes com COVID-19. Ainda, destaca-se que essas atividades interferem na realização cuidados diretos e na qualidade da assistência. Portanto, esses achados podem subsidiar estratégias que proporcionem mudanças no processo de trabalho da Enfermagem.