Anais - 24º CBCENF
Resumo
Título:
REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA QUALIDADE DE VIDA ENTRE PESSOAS VIVENDO COM HIV RESIDENTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Relatoria:
RENATA LACERDA MARQUES STEFAISK
Autores:
- Denize Cristina de Oliveira
- Yndira Yta Machado
- Camila Laporte Almeida de Souza
- Juliana Pereira Domingues
- Henrique Francisco de Sena
- Sérgio Corrêa Marques
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: Esse estudo integra o projeto “Processos Sociocognitivos e Psicossociais do Cuidado de Saúde e Enfermagem de Grupos Populacionais”. As mudanças atravessadas pela epidemia da aids, especialmente após o advento da terapia antirretroviral, estabeleceram novos padrões para a doença, trazendo à tona questões ligadas à promoção da qualidade de vida para o grupo que vive com o vírus. Objetivos: Descrever e discutir os conteúdos e a estrutura da representação social da qualidade de vida em um grupo de pessoas vivendo com HIV. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quanti-qualitativa que contou com a participação de 258 pessoas que vivem com HIV, residentes nas cidades do Rio de Janeiro e Macaé. Foram coletadas evocações livres de palavras, a partir do termo indutor “qualidade de vida”, as quais foram analisadas por meio do software EVOC, o qual cruza informações referentes à frequência e ordem média de evocação de cada palavra. Resultados: Os constituintes do possível núcleo central da representação da qualidade de vida são os seguintes termos: boa-alimentação, saúde, trabalho, boa e cuidados-saúde. Uma análise das cognições centrais para esse grupo demonstra a valorização da dimensão físico-corporal devido à evocação do termo boa-alimentação, além da percepção de que a qualidade de vida está, também, atrelada a manutenção de um bom nível de saúde, percebido por meio dos termos saúde e cuidados-saúde. Adicionalmente, os participantes destacam uma dimensão social da qualidade de vida, relativa à presença do termo trabalho e uma avaliação positiva da própria qualidade de vida, expressa pela evocação do termo boa. A primeira periferia apresenta os elementos com alta frequência e alta ordem média de evocação - atividade-física, lazer e preconceito. Destaca-se a persistência do léxico preconceito, o qual incorpora um aspecto ligado ao estigma que influencia profundamente a qualidade de vida desse grupo. A segunda periferia contém os elementos solidariedade, alegria e dormir-bem - e a zona de contraste contempla os elementos família, medicações, tratamento, vida-normal, prevenção e viver-bem. Conclusão: Todos os elementos se articulam para constituir os conteúdos hierarquizados da representação da qualidade de vida, apontando uma possível centralidade para aspectos comportamentais, a exemplo de boa alimentação, associados à percepção da saúde, especialmente considerando o fato deste grupo conviver com uma doença crônica.