Introdução: O câncer do colo do útero (CCU) resulta na multiplicação intensa e desorganizada das células do colo uterino, caracteriza-se como um problema sério de saúde pública. Todavia, seu rastreamento é realizado através do exame Preventivo do Câncer de Colo do Útero (PCCU) que consiste na coleta de material do colo uterino para exame em laboratório, categorizado como um exame simples, rápido, barato e efetivo, sendo a principal forma de prevenção. Embora seja um exame simples algumas mulheres ainda resistem em realizá-lo por medo ou pela situação de constrangimento. É um problema intensificado quando não há acesso ao serviço de saúde em lugares mais longínquos e remotas, como é o caso das comunidades ribeirinhas do Estado do Pará. Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem na triagem e acolhimento de mulheres ribeirinhas durante a realização de PCCU. Método: Trata-se de um relato de experiência, realizado no mês de maio de 2022, em uma comunidade ribeirinha, no Estado do Pará. A ação faz parte do projeto da liga acadêmica de enfermagem e pautou-se na vivência dos acadêmicos na triagem e acolhimento de mulheres para a realização do PCCU. Na sala de espera foi promovida uma ação educativa abordando as medidas de prevenção e proteção contra o câncer do colo uterino, fatores de risco, cuidados antes da realização do exame e sobre o exame propriamente dito. Como recurso didático utilizou-se um álbum seriado e kit descartável de PCCU. Na triagem compareceram vinte mulheres e na ocasião foram feitas três perguntas, quais sejam: 1) Já realizou o preventivo alguma vez? 2) Possui vida sexual ativa? e 3) Quando foi a última vez que fez o exame preventivo? Resultado: Das vinte mulheres, somente quatorze estavam aptas a realizarem o exame. Todas as mulheres (100%) informaram que já haviam realizado o PCCU alguma vez e que possuíam vida sexual ativa e apenas quatro (20%) afirmaram ter feito o exame nos últimos dois anos. Durante a ação educativa, 80% demonstraram interesse esclarecendo as dúvidas sobre o exame e 90% mencionaram ter medo e insegurança para realizar o exame e um grupo referiu dor, ardência e desconforto. Conclusão: É extremamente importante que essas mulheres ribeirinhas tenham acesso anual ao exame de prevenção do câncer de colo de útero e que sejam promovidas mais ações educativas, no sentido de esclarecer melhor sobre o exame e reafirmar sua segurança e efetividade no controle do câncer de colo de útero e na promoção da saúde.